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SAÚDE
Fique livre de gripe e alergia neste outono
JAIRO BOUER
especial para a Folha
Com o mau tempo dos últimos
dias e a temperatura começando a
baixar, num clima tipicamente de
outono, confirma-se a regra de todos os anos: o surgimento de um
número muito maior de pessoas
com dificuldade de respirar.
Os grandes vilões dessas épocas
do ano são as infecções e as alergias respiratórias.
As temperaturas mais baixas e o
maior confinamento em ambientes fechados e pouco arejados favorecem o aumento dos casos de
gripes, resfriados e outras variedades de infecções virais.
O aumento dos índices de poluição atmosférica (pela maior dificuldade de dispersão dos poluentes), as variações abruptas de temperatura ao longo do dia, a saída
do armário de casacos e cobertores
empoeirados e as próprias infecções virais detonam os mecanismos que levam a crises de rinite
alérgica e de asma.
O alergista Fabio Morato Castro,
médico do Hospital das Clínicas da
USP (Universidade de São Paulo) e
diretor da Sociedade Brasileira de
Alergia e Imunopatologia, afirma
que os casos de alergia respiratória
têm um aumento de quase 50%
nessa época do ano.
"De cada dez pacientes que procuram o consultório, sete têm um
problema de rinite ou asma", diz o
alergista.
Qualidade de vida
As crises respiratórias interferem
diretamente na qualidade de vida e
no dia-a-dia das pessoas alérgicas.
A rinite -que provoca uma congestão importante e dificulta a respiração pelo nariz- faz com que
as pessoas sejam obrigadas a respirar muito mais pela boca.
Esse padrão de respiração prejudica o sono e o repouso. Como
consequência, no dia seguinte, as
pessoas acordam mais cansadas,
irritadas, com dificuldade de concentração e com uma queda importante no seu rendimento na escola ou no trabalho.
A asma leva a crises de falta de ar
que fazem, muitas vezes, com que
a pessoa tenha que passar noites
ou madrugadas acordadas, tomando medicações ou procurando ajuda em prontos-socorros e
hospitais.
Muitos remédios utilizados para
combater as crises de alergia, no
"calor" das dificuldades respiratórias e da falta de ar, têm efeitos colaterais desagradáveis, como a sonolência, que também interferem
na vida das pessoas alérgicas.
O alergista Castro sugere algumas medidas que podem evitar o
desencadeamento de crises de asma e rinite.
Aproveitar os dias ainda mais
quentes para lavar cobertores e casacos e diminuir o pó que existe
neles é a primeira delas.
Evitar substâncias irritantes e
poluentes, como o cigarro, no ambiente de trabalho ou em casa, é
outra providência sensata.
Combate ao ácaro
O controle ambiental também é
importante: usar substâncias acaricidas, aquelas que destroem os
ácaros -microorganismos que vivem no pó e que são os principais
responsáveis pelas alergias-, pode melhorar a respiração.
Outras providências simples recomendadas são cobrir travesseiros e colchões com tecidos especiais (que dificultam a passagem
de pó), aspirar bem a casa com
aparelhos que têm um filtro especial, usar desumidificadores (que
evitam umidade e bolor em casa),
evitar carpete, tapete, cortinas e bichos de pelúcia dentro do lar e deixar animais domésticos, como
cães e gatos, fora de casa.
Vacina
A vacina contra gripe, que deve
ser aplicada, preferencialmente,
neste mês e no próximo, pode evitar uma infecção respiratória importante e, por tabela, diminuir os
quadros alérgicos respiratórios
que poderiam aparecer em função
dessa gripe.
Uma visita ao médico antes do
problema aparecer é uma estratégia importante.
Se o médico já sabe que a pessoa
piora todos os anos quando chega
o outono e o inverno, ele pode optar por medicamentos que previnam as crises.
Com isso, existe a opção do uso
de remédios que provoquem menos efeitos indesejáveis e que não
interfiram na qualidade de vida e
no dia-a-dia das pessoas alérgicas.
Fazer alguns exercícios respiratórios, como os que são sugeridos
nesta página, também podem ser
úteis para conseguir respirar melhor neste outono.
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