São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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DIVERSIDADE SEXUAL

Apesar de perfil, organizadores se queixam de falta de interesse de patrocinadores para edição deste ano

Jovens de classe média dominam Parada Gay

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Jovens instruídos e de classe média. Se repetir a freqüência de 2004, esse deve ser o perfil majoritário do público que deverá tomar conta da avenida Paulista no próximo domingo, durante a 9ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros).
É isso o que aponta uma pesquisa realizada no ano passado pela Secretaria Executiva de Turismo do Estado sobre o perfil e os hábitos dos participantes da maior parada gay do mundo, a de São Paulo, que ganhou esse posto ao reunir cerca de 1,5 milhão de pessoas em 2004. A de São Francisco (EUA), até então a maior, reuniu no ano passado 1 milhão de pessoas, e a de Toronto (Canadá) chegou a 900 mil.
De acordo os dados levantados pela pesquisa, que entrevistou 1.500 pessoas na parada do ano passado, 51% dos participantes têm entre 18 e 27 anos, 57% têm grau de instrução superior completo e 38% possuem renda mensal superior a R$ 1.500.
"O levantamento mostra que a parada tem um público formador de opinião e de grande capacidade de consumo", avalia Eduardo de Carvalho, um dos coordenadores do evento. "Só as empresas e os publicitários não prestaram atenção nisso", cutuca.

Financiamento
Para este ano, a Associação do Orgulho GLBT havia previsto um investimento de R$ 600 mil em infra-estrutura para a parada. "Conseguimos levantar apenas cerca R$ 200 mil, o que significa que as empresas têm preconceito ou desinteresse no evento", especula Carvalho. "Não podemos deixar de aplicar esse dinheiro em segurança, portanto, o fato de termos menos verba que aquela ideal vai significar menos fotos, menos balões e menos cor durante a parada."
No ano passado, a Parada Gay de São Paulo atraiu cerca de 400 mil turistas para a capital, o que movimentou cerca de R$ 100 milhões na cidade durante o final de semana do evento. Os números fizeram da manifestação na avenida Paulista o maior evento de turismo de São Paulo. Para se ter uma idéia, segundo a São Paulo Turismo, a corrida de Fórmula 1 no autódromo de Interlagos atraiu no ano passado para São Paulo 50 mil turistas. A parada trouxe para a cidade oito vezes mais turistas -a mesma quantidade de visitantes que o Estado do Ceará conseguiu atrair ao longo de todo o ano passado.
Do total do público presente em 2004, 82% vive na capital de São Paulo ou no interior do Estado, 4% veio de Minas Gerais, 3% do Rio de Janeiro, 2% do Paraná, 2% do Distrito Federal e 1% veio do exterior para o evento.
"Há vôos fretados de Belo Horizonte e de Buenos Aires para trazer a São Paulo participantes da parada", diz Clovis Casemiro, da CVC Turismo, agência oficial do evento.
Metade dos entrevistados já havia participado de alguma edição anterior da Parada Gay de São Paulo e 94% afirmou que pretendia voltar para a cidade na Parada do Orgulho GLBT deste ano.
A organização do evento estima que reunirá 2 milhões de pessoas no evento de domingo.


Leia mais sobre a Parada Gay na www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/paradagay


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