São Paulo, segunda, 25 de maio de 1998

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Resultado da pesquisa não alarma estudantes universitários

da Reportagem Local

"Se eu fumo maconha? Quem não fuma maconha?", pergunta a estudante que cursa o 3º ano de História na Universidade de São Paulo A.P.S, 22, ao responder a uma questão da reportagem.
"Só a lei que é cega. Não somos marginais. É só saber dosar o consumo para não se tornar uma pessoa apática."
A Folha conversou com estudantes universitários de áreas diversas. A maioria não se surpreendeu com o resultado da pesquisa que mostra um consumo de maconha praticamente igual ao de cigarro. "Eu não curto, mas tenho mais amigos que fumam maconha do que cigarro", conta a estudante de teatro B.R.C, 22.
"A gente conhece os males. Mas, pela vida que a gente leva, acaba procurando a maconha", justifica D.C.V, 20, aluna da Faculdade de Medicina da USP. Aula em período integral, prova toda semana e pouco lazer, segundo ela, causam um estresse que é resolvido com a droga.
Aluno de Rádio e TV da USP, R.R, 20, é um usuário de maconha há três anos. Eventualmente, diz, fuma na própria universidade sem se esconder, e não é incomodado. Segundo ele, o hábito não influi em sua produtividade. "Quando não estou sob o efeito da droga, meu ritmo de trabalho é normal." R. acredita que vai parar de fumar maconha daqui há alguns anos. "Sou jovem, quero experimentar coisas. Vai chegar uma época em que não haverá mais graça." (PL)


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