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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito deixa de lado Cingapura, PAS e grandes obras para apostar em mutirões, banco do povo e empregos
Pitta esquece Maluf e adota "linha Erundina"
ROGÉRIO GENTILE
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
Livre do risco de impeachment, o
prefeito Celso Pitta (sem partido)
está tentando recuperar sua popularidade trocando o discurso malufista por um mais parecido com
o dos partidos de esquerda.
O vocabulário de Pitta está mudando. Saem expressões como
Cingapura, PAS e Leve-leite
-bandeiras do ex-prefeito Paulo
Maluf- e entram termos como
mutirão, renda mínima e banco do
povo, programas adotados por
prefeituras petistas.
Ontem, o prefeito disse, inclusive, que vai rebatizar o PAS (Plano
de Assistência à Saúde). Há dois
possíveis nomes: Modelo de Gestão Cooperativada ou Gerenciamento de Cooperativas de Saúde.
O programa, que tinha como
pressuposto a gestão dos hospitais
e postos de saúde do município
por cooperativas privadas, foi descaracterizado. O sistema está sendo municipalizado novamente.
O projeto Cingapura, em que os
prédios são construídos por empreiteiras, também está sendo colocado para escanteio.
Pitta não vai acabar com ele, mas,
aos poucos, irá priorizar os mutirões -base da politica habitacional da então prefeita petista Luiza
Erundina (hoje no PSB).
A mudança se repete na área de
obras. Pitta diz agora que é preferível fazer muitas obras pequenas na
periferia do que centralizar os investimentos em grandes obras na
região central da cidade.
Pitta pretende investir R$ 40 milhões até o final do ano na pavimentação de cerca de mil ruas e
mais R$ 35 milhões na instalação
de 10 mil postes de iluminação.
A exceção é, em parte, o Fura-fila, sua grande promessa eleitoral.
As obras da primeira linha estão
sendo retomadas e a promessa
atual -outras foram quebradas
anteriormente- é que fiquem
prontas no 1º semestre de 2000.
Mesmo assim, Pitta já remanejou
R$ 10 milhões orçados para o sistema para aplicar nas frentes de trabalho, programa que promete
atender 10 mil desempregados.
"O novo estilo é mais uma questão pragmática do que ideológica.
Tem base no fato de que a prefeitura está sem dinheiro e que o modo
malufista de governar é mais caro", diz o professor de Ciência Política da PUC Cláudio Couto.
Além da falta de recursos, pesquisas de opinião também ajudaram na definição do novo estilo
Celso Pitta. A Secretaria de Governo dispõe de dados que mostram
que a população considera, por
exemplo, mais importante investir
em mutirão do que no Cingapura
(64 menções contra 53).
As pesquisas indicam que desemprego, segurança e o embelezamento da cidade são os assuntos
de mais interesse da população.
Para atender ao último aspecto,
Pitta pretende reformar a avenida
Paulista, dando-lhe um aspecto de
bulevar. O projeto deve ser iniciado até o fim de 99.
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