São Paulo, quinta, 25 de junho de 1998

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Justiça dos EUA pode pedir morte de brasileiro acusado de homicídio

ALESSANDRA BLANCO
de Nova York

O brasileiro Daniel Oliveira, 24, deve enfrentar nos próximos quatro meses duas decisões que podem levá-lo à pena de morte.
Oliveira é acusado de ter assassinato dois homossexuais de quem era amante em Nova York.
O primeiro crime teria ocorrido em 12 de março de 1997. A vítima, Angel Roman, 51, teve as mãos e os pés amarrados, foi esfaqueado duas vezes no peito e morto dentro de seu apartamento. Esse caso, no entanto, só foi ligado a Oliveira na última segunda-feira.
Antes, ele já havia sido preso, acusado do assassinato de Roger Brooks, 58, maître do Barbetta Restaurant, em 30 de agosto de 1997. Brooks foi esfaqueado diversas vezes em seu apartamento.
Nos dois casos, as vítimas também foram roubadas. Segundo o jornal "New York Post", os dois homens tiveram seus cartões de crédito roubados, que depois teriam sido usados por Oliveira para comprar jóias e roupas.
Oliveira foi preso em 23 de setembro e, na última segunda-feira, alegou inocência perante a Corte de Nova York.
Ainda segundo informações do "New York Post", disse em seus depoimentos que era sustentado em Nova York por seus amantes, trabalhando como "michê".
Os dois assassinatos são tratados como casos diferentes. Para a acusação que envolve a morte de Roger Brooks, o procurador Robert Morgenthau terá 45 dias para decidir se pedirá a pena de morte para Oliveira ou não. No caso de Angel Roman, os procuradores terão 120 dias para decidir sobre o pedido de pena de morte.
O Consulado do Brasil em Nova York não tinha, até a tarde de ontem, nenhuma informação sobre a família de Oliveira na cidade ou no Rio de Janeiro. Seu advogado, Robert Reyes, foi procurado pela Folha e não retornou.



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