|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Grupo armado faz arrastão e rouba aparelhos de som e TV; vítimas foram atacadas em campo de futebol
Gangue mata 3 e fere 2 em Pernambuco
VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Recife
A Secretaria da Segurança Pública de Pernambuco organizou ontem uma operação especial para
tentar prender uma gangue que,
na tarde do último sábado, matou
três pessoas e deixou duas feridas
em Abreu e Lima, região metropolitana de Recife.
A operação envolve policiais civis de pelo menos quatro delegacias, além do apoio da PM.
Os crimes ocorreram no bairro
de Caetés 3, periferia da cidade.
Segundo testemunhas, a gangue
era formada por 15 a 20 pessoas,
algumas delas armadas com revólver e espingarda.
A gangue fez uma uma espécie
de arrastão no bairro e teria levado
aparelhos de som e TV de pelo menos uma residência.
Em depoimentos à polícia, testemunhas disseram que os membros da quadrilha eram jovens e
que cobriam o rosto com a camisa.
Até as 18h de ontem ninguém
havia sido preso, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
O delegado de Abreu e Lima, Josedite Ferreira, 50, que comanda
as investigações sobre o caso, disse
que alguns integrantes da quadrilha já foram identificados e podem
ser presos até o final da semana.
"Temos informações de que entre eles existem alguns que são
adolescentes."
A polícia trabalha com a hipótese de que a gangue roubou para
comprar drogas.
O primeiro ataque ocorreu em
um campo de futebol improvisado
no bairro, onde dez moradores do
lugar estavam jogando.
Os integrantes da gangue mandaram que todos se deitassem no
chão, com o rosto voltado para
baixo, e passaram a chutar alguns
deles e a pedir dinheiro, conforme
as testemunhas.
Duas pessoas foram mortas no
local. Rodolfo José da Silva, 21,
que estaria deitado ao ser atingido,
e o aposentado por invalidez Ladécio dos Santos, 27, que teria corrido para tentar fugir.
Duas outras foram feridas: o
pintor de paredes Liomerque Almeida dos Santos, 21, irmão de Ladécio, e o pedreiro Aílton da Silva
Almeida, todos alvejados a tiros.
Em seguida a gangue teria ordenado que as pessoas deitadas tirassem a roupa e pulassem dentro de
um rio que fica a poucos metros
do local.
Depois disso, a gangue iniciou
um arrastão na rua 40, quando teriam invadido pelo menos uma
casa e levado um aparelho de som
e outro de TV.
Francisco de Assis Silva, 16,
morreu ao tentar impedir que os
assaltantes entrassem em sua casa.
Ele foi atingido por dois tiros de
revólver no pescoço.
"Um cara correu para arrombar
a porta, mas meu filho conseguiu
fechá-la antes. Aí a gente só escutou os tiros", disse o pai do rapaz,
José Medeiros da Silva Filho, 49.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|