São Paulo, terça, 25 de agosto de 1998

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Começa julgamento de acusado da chacina da Candelária, no RJ

free-lance para a Folha

O ex-policial militar Marcos Aurélio Dias de Alcântara, réu confesso da chacina da Candelária, na madrugada de 23 julho de 1993, começou a ser julgado ontem no 2º Tribunal do Júri do Rio. Ele é o último dos sete acusados pela chacina a ser julgado.
O julgamento, que estava previsto para começar às 13h, foi iniciado com duas horas de atraso e tinha previsão para ser suspenso no final de noite de ontem e recomeçar na manhã de hoje, quando deverá sair a sentença.
Alcântara, que está preso há dois anos no Batalhão de Choque da Polícia Militar, agora vai alegar inocência para os jurados. Os seus advogados, Alberto Silva dos Santos Louvera e Francisco Gadelha da Silva, vão tentar provar que ele não esteve no local da chacina, como havia declarado em depoimentos anteriores.

Acusado
O ex-PM é acusado de ter assassinado oito menores e de ter tentado matar outros seis. Se for condenado, poderá pegar mais de 200 anos de prisão.
A novidade do julgamento está na ausência do sobrevivente da chacina Wagner dos Santos, que mora na Suíça há dois anos, protegido pela polícia. Santos testemunhou nos júris anteriores do caso.
A promotora Glória Márcia Percinoto disse que a ausência de Wagner dos Santos não interferirá no julgamento, já que o processo tem depoimentos do sobrevivente sobre a chacina.
Segundo ela, a prova mais contundente é a confissão anterior de Alcântara. O ex-PM, entretanto, não foi reconhecido por Santos.
Dos sete acusados da chacina, o 2º Tribunal do Júri já condenou Marcus Vinícius Borges Emanuel e Nelson Oliveira dos Santos Cunha, cada um julgado duas vezes. Os outros acusados foram absolvidos.



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