São Paulo, terça, 25 de agosto de 1998

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Oficiais da PM são convocados a depor sobre convênio com Unip

da Reportagem Local

O Ministério Público requisitou ontem que o comandante-geral da PM, coronel Carlos Alberto de Camargo, e seu antecessor no cargo, o coronel Claudionor Lisboa, sejam convocados a depor sobre a ocupação de um terreno da PM pela faculdade de veterinária da Unip (Universidade Paulista).
A presença da Unip na área do Barro Branco (zona norte de SP) foi considerada irregular pela promotoria. Segundo a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica, ela fere a Constituição estadual.
A requisição dos depoimentos foi feita ontem pelo procurador de Justiça, Luiz Roque Lombardo Barbosa, do TJM (Tribunal de Justiça Militar). Para o procurador, os depoimentos são necessários para o esclarecimento dos fatos.
Camargo e Lisboa foram acusados de conivência com a ocupação do terreno, o que, segundo manifestação do promotor Gilberto Nonaka, significa que ambos cometeram o crime de prevaricação (crime de quem deixa de cumprir a lei por sentimento pessoal). Ambos negaram a acusação.
Barbosa enviou a requisição ao presidente do TJM, conselheiro Evanir Ferreira de Castilho, que deverá fixar o prazo para que os coronéis sejam ouvidos. Os depoimentos de Camargo e de Lisboa deverão ocorrer na Secretaria da Segurança Pública.
Unip e PM assinaram um convênio em 92, o que possibilitou a ocupação do terreno. Em contrapartida, a PM receberia apoio didático e científico, bolsas de estudo e, com o fim do acordo, os prédios construídos. O convênio terminou em fevereiro de 97, mas a faculdade permaneceu no terreno. A PM tentou renovar o acordo. Segundo despacho do secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, isso só será possível com a desocupação do terreno, conforme pedido do parecer da secretaria de Governo. (MARCELO GODOY)


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