São Paulo, quinta, 25 de setembro de 1997.



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VIOLÊNCIA
Grupo combate tráfico em escolas
Policial de equipe antidrogas é morto

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O policial civil Marcelo Nasci mento dos Santos, 23, foi morto com três tiros às 21h30 de anteon tem pelo desempregado José Ivan de Lima, 32,
Santos trabalhava no Gape (Gru po de Apoio e Proteção à Escola) do Denarc (Departamento Esta dual de Investigação Sobre Narcó ticos). Lima foi preso em flagrante.
O crime aconteceu depois que Santos e mais três colegas do Gape prenderam Manoel Martins Filho, o Gordo, e uma adolescente de 16 anos, que atuaria com ele.
Os dois seriam responsáveis por um ponto-de-venda de drogas na favela da Vila da Praia, no bairro Portal do Morumbi ( zona sudoes te de São Paulo).
Os policiais do Gape, na maioria jovens, se disfarçam de alunos das para encontrar os passadores de droga ("aviões") e os traficantes.
O policial Santos, que morava em São Vicente (Baixada Santista), era investigador do Gape desde que deixou a academia da Polícia Civil, dezembro de 96. Ele foi en terrado ontem, às 16h30, em sua cidade natal.
Segundo o delegado Mario Pran dini Jr., diretor do Gape, Marcelo e outros três policiais investigavam o tráfico perto de uma escola loca lizada na avenida Guilherme Du mont Villares, no Portal do Mo rumbi (zona sudoeste de SP).
Após identificarem a favela, que fica a 600 metros da escola, como o ponto de tráfico, os policiais foram para lá em um Monza branco. O carro não era da polícia.
Dois policiais, que se identifica ram como compradores, pediram drogas à adolescente, que foi bus car crack com "Gordo".
Quando ela voltou, foi detida e denunciou "Gordo". Santos e seu parceiro o prenderam então.
Segundo Prandini, quando o ou tro policial levava "Gordo", San tos teria ficado perto do barraco, à procura de mais droga.
Os policiais ouviram disparos e encontraram Santos numa poça de sangue, com três marcas de bala -uma no peito e duas nas costas.
Durante as investigações, das quais participaram 50 policiais, in clusive quatro delegados do De narc, um agente do 37º DP (Cam po Limpo) foi recebeu denúncias que apontavam Lima como o au tor do crime. A arma usada por ele pertencia ao vigilante José Lins de Carvalho, 20.
Lima, que confessou o crime, disse que não sabia que Santos era policial. Segundo o acusado, o in vestigador teria apontado uma ar ma para sua cabeça, sem nada di zer. "Fiquei com medo e atirei."



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