CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os proprietários do edifício Joelma -rebatizado de Praça da Bandeira-, no centro de São Paulo, aumentaram em R$ 3 milhões o preço de venda do imóvel por causa da instalação da equipe de transição do prefeito eleito José Serra (PSDB) no local. Estigmatizado pela tragédia de 30 anos atrás, quando um incêndio deixou 188 mortos e 345 feridos, o prédio está à venda desde abril.
Presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado, Orlando de Almeida conta que foi exatamente por essa razão que convenceu um dos proprietários do edifício a ceder, sem cobrar aluguel, dois andares à equipe de Serra -19º e 20º. "Se o prefeito de São Paulo está no prédio, quer dizer que ele é seguro", afirma Almeida. José Cassab, dono dos dois andares onde estão os tucanos, espera agora o resultado do "investimento".
Segundo Almeida, o Joelma vale R$ 30 milhões, mas estava à venda por R$ 19 milhões. "Com a imagem do prédio mudada, a venda agora é por R$ 22 milhões", diz o corretor.
São 25 andares com 30 salas, duas lojas e 450 vagas na garagem, que ocupa os dez primeiros andares. O prédio tem hoje 15 proprietários ligados à família Cassab, que, apesar da semelhança do nome, não tem ligação com o vice-prefeito eleito Gilberto Kassab (PFL).
Mesmo encampando o discurso de que o Joelma é hoje um dos edifícios mais seguros da cidade, os tucanos não dispensaram proteção espiritual. Na segunda-feira, receberam a visita de uma budista que benzeu o local e as pessoas da equipe. Dois amuletos foram afixados nas portas de entrada.


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