São Paulo, terça, 25 de novembro de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rede pública amplia teste de carga viral

da Reportagem Local

A rede pública de saúde já conta com 34 laboratórios em todo o país em condições de realizar exames que determinam a carga viral para portadores do vírus HIV e doentes de Aids.
Os serviços fazem parte de uma rede de laboratórios que começou a ser implantada em agosto passado pelo Ministério da Saúde. Dentro do mesmo programa, outros 41 laboratórios estão fazendo exames para contagem de CD-4, que são as células de defesa do organismo.
A contagem viral permite saber o o número de cópias do vírus (RNA viral) por mililitro de sangue. O exame permite identificar o estágio da infecção nos soropositivos ou doentes de Aids.
"A carga viral é um exame fundamental, porque aumenta muito a possibilidade de manejo clínico por parte do médico", diz Artur Kalichman, do programa estadual de Aids de São Paulo.
A quantidade de vírus no sangue vem sendo utilizada para indicar o melhor momento para o início da terapia e ajudar na avaliação da eficácia dos remédios usados.
Até recentemente, o médico podia se guiar apenas pela contagem de CD-4, que determina o número de células de defesa. Em alguns casos, no entanto, o nível de imunidade de uma pessoa não corresponde ao estágio da infecção, dificultando a indicação da terapia.
Para as ONGs, que há tempos vêm reivindicado o acesso a esses exames, os laboratórios estão sendo implantados com atraso de pelo menos um ano.
Os primeiros laboratórios a realizar a determinação de carga viral foram o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, e a Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo, em agosto passado. Hoje, no Estado, estão implantados 11 laboratórios, alguns funcionando ainda parcialmente.
Segundo Kalichman, cada laboratório deverá fazer dez determinações por dia, o que permitirá um total de 2.200 exames por mês no Estado de São Paulo.
Além dos 11 laboratórios para carga viral, 15 estarão realizando contagem de CD-4. Entre eles estão o Emílio Ribas de São Paulo, o Adolfo Lutz de Campinas e São José do Rio Preto e o Hemocentro de Botucatu.
Segundo o Ministério da Saúde, uma licitação internacional permitiu a compra de kits para carga viral por R$ 56,00 e para CD-4 por R$ 26,00, menos de um quinto do valor cobrado por laboratórios particulares.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.