DA REPORTAGEM LOCAL

A mecanização do porto e a mudança de perfil dos marinheiros das embarcações provocou a decadência de uma quase instituição santista -a zona portuária de prostituição, conhecida como "boca".
Boates famosas como Love Story e My Love, que por quatro décadas viveram lotadas de estrangeiros que pagavam bebidas e programas em dólar, foram fechadas. Das mais de 30 boates e inferninhos da "boca", localizada no encontro entre a avenida perimetral do porto com a rua General Câmara, só três estão funcionando, sendo que duas foram reinauguradas com outro nome e estilo. Mesmo a mais antiga, chamada ABC House, já não ostenta a fachada de neon e o luxo kitsch.
Nos tempos áureos, a "boca" fervilhava. Segundo levantamento da Prefeitura de Santos, circulavam cerca de 18 mil pessoas no centro da cidade por causa do porto. Hoje, circulam 1.300. A mudança no setor de navegação comercial começou no maquinário. Atualmente, um navio descarrega e sai do porto no mesmo dia. Antes, poderia ficar até uma semana. As tripulações, formadas no passado por marinheiros gregos, italianos e franceses, entre outros, geralmente bem pagos, foi substituída por grupos mal remunerados de filipinos e nigerianos, por exemplo.


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