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Carnaval 2009
Salgueiro é campeão após 15 Carnavais
Com 399 dos 400 pontos possíveis, a escola de samba da Tijuca superou a Beija-Flor, segunda colocada, por um ponto
Enredo campeão, sobre o tambor, era cheio de influências africanas, uma marca do Salgueiro; Portela ficou em terceiro lugar
Rafael Andrade/ Folha Imagem
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Multidão comemora título da campeã do Carnaval 2009 na quadra do Salgueiro, no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio; essa é a nona vitória da história da escola, que ficou 15 anos sem vencer
LUIZ FERNANDO VIANNA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Após 15 Carnavais sem vencer no Rio, o Salgueiro conquistou ontem o nono título da sua
história com um samba-enredo
sobre o tambor e repleto de influências africanas, uma das
principais marcas da escola.
Com 399 pontos -dos 400
possíveis-, a vermelha-e-branca da Tijuca superou a Beija-Flor, segunda colocada, por um
ponto. Na terceira colocação ficou a Portela, com 397,9 pontos. A quarta escola mais bem
colocada foi a Vila Isabel.
Vice-campeão de 2008, o Salgueiro venceu com um desfile
que retratou o tambor desde a
sua origem, na pré-história.
O carnavalesco da escola, Renato Lage, conquistou seu
quarto campeonato -os três
anteriores foram na Mocidade
Independente de Padre Miguel- com um desfile que mesclou elementos mais futuristas
com influências africanas.
O resultado agradou aos jurados e recuperou parte da história da escola, famosa nos anos
1960 e 1970 por seus enredos
"afro", com os quais venceu os
desfiles em 1960 ("Quilombo
dos Palmares"), 1963 ("Chica
da Silva"), 1969 ("Bahia de todos os deuses") e 1971 ("Festa
para um rei negro").
Todos foram desenvolvidos,
sozinhos ou em dupla, pelos
carnavalescos Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona
-do qual Lage é discípulo, tendo começado com ele no próprio Salgueiro em 1977.
O título veio na esteira de
uma reformulação da diretoria
iniciada há três anos, que marcou a saída da família Paes Garcia -que era patrona da agremiação- da escola depois da
morte do bicheiro Maninho.
Eleita no ano passado, a presidente Regina Duran sucedeu
a seu marido, Luiz Augusto Duran, o Fu. "Devo esse título à
união da escola. O diferencial
foi o amor e a garra", afirmou a
presidente da escola.
O intérprete Quinho ressaltou a importância do carnavalesco Renato Lage. "O Salgueiro
é o caldeirão. O caldeirão do
Renato Lage, o mago da Academia [alcunha pela qual o Salgueiro é conhecido]", afirmou o
intérprete.
Quinho também era o intérprete da escola em seu último
título, puxando o memorável
samba-enredo "Peguei um Ita
no Norte", de 1993.
A comemoração do título de
2009 atraiu aproximadamente
8.000 pessoas à quadra da escola ontem à noite.
Quesito a quesito
Segunda colocada, a Beija-Flor de Nilópolis sofreu um baque logo no segundo quesito,
enredo: perdeu nove décimos e
ficou distante do tricampeonato. Mas, quando a Vila Isabel
também teve nove décimos
descontados em enredo, o intérprete Neguinho da Beija-Flor se animou.
O Salgueiro, no entanto, só
perdeu três décimos em conjunto e evolução, apesar de um
buraco ter se formado quando
o terceiro carro enfrentou problemas para entrar na avenida.
"Saber perder também é uma
virtude. O Salgueiro fez um excelente desfile e mereceu a vitória", disse Neguinho.
"Não era o resultado que esperávamos. Vocês têm que falar
com os jurados para saber o que
eles viram", queixou-se o presidente da Vila, Wilson Vieira Alves, o Moisés.
A Portela e a Mangueira comemoraram muito o terceiro e
o sexto lugares, respectivamente, já que não estavam tão bem
cotadas. A Grande Rio ficou em
quinto e completa o grupo de
escolas que participará do Desfile das Campeãs, no sábado.
Colaborou ANDRÉ ZAHAR , da Sucursal do Rio
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