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SEGURANÇA
Dados são dos primeiros bimestres de 2003 e 2004; criminosos costumam ameaçar lojistas e donos de escolas
Casos de extorsão crescem 250% no Rio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Os casos de extorsão no Rio
cresceram 250% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao
mesmo período de 2003.
Segundo estatísticas da Secretaria Estadual de Segurança Pública, em janeiro e fevereiro foram
registrados 182 casos no Estado
contra 52 no mesmo período do
ano passado. O crime não está entre os dez mais importantes listados pela secretaria.
Comparando os anos de 2002
(375 ocorrências) e 2003 (711), o
aumento também foi grande
(90%). O mês de outubro de 2003
foi o que registrou o maior número de casos desde 1998 (121).
Um dos responsáveis pela elaboração das estatísticas, delegado
Rivaldo Barbosa, afirmou que a
extorsão pode ser praticada de várias formas, não existindo um
modo de atuação específico.
Segundo ele, considera-se extorsão o que passou a ser chamado seqüestro relâmpago. Isso
acontece quando uma pessoa é
abordada por outra em um determinado local e obrigada a ir até
um caixa eletrônico para sacar dinheiro e entregar a quem está lhe
ameaçando. Casos de extorsão
cometidos por policiais e funcionários públicos também são incluídos nas estatísticas.
A polícia acredita que o aumento dessas ocorrências tenha relação com uma prática nova de crime: a de pessoas que ligam para
estabelecimentos comerciais e escolas fazendo ameaças em troca
de dinheiro ou cartões telefônicos
de celulares pré-pagos.
Investigação concluída no início deste ano pelo Ministério Público Estadual descobriu que presos das cadeias fluminenses praticavam extorsões de dentro das celas, até mesmo para comerciantes
de outros Estados. Desde outubro
passado, foram 27 casos, segundo
gravações telefônicas feitas com
aval judicial. Doze presos foram
denunciados pelo crime.
Os detentos se faziam passar
por traficantes de drogas e ameaçavam depredar ou metralhar lojas, invadir a casa das vítimas e
matar seus parentes se não tivessem as exigências atendidas.
Exigia-se das vítimas que comprassem cartões telefônicos para
recarregar celulares pré-pagos.
Nas conversas, eles obrigavam as
pessoas a fornecer os códigos ou,
então, indicavam um endereço
para buscar os cartões.
O empresário Daniel de Plá
confirmou que uma loja da De
Plá, em Copacabana (zona sul),
recebeu a ameaça por telefone.
"Tivemos que mudar o gerente da
loja porque ele recebia os telefonemas e se sentiu ameaçado."
O presidente do Sindicato das
Escolas Particulares do Rio, José
Teixeira, afirmou que, no ano
passado, pelo menos 15 estabelecimentos sofreram tentativa de
extorsão por telefone. "As escolas
receberam ligações de pessoas dizendo que explodiriam uma
bomba ou que impediriam a entrada de alunos", afirmou.
Para Rivaldo Barbosa, os traficantes de drogas são os principais
responsáveis pelo aumento no
número de casos de extorsão.
"A repressão ao tráfico está
muito intensa. Com isso, os traficantes estariam utilizando uma
nova modalidade de crime."
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