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EDUCAÇÃO
Tarso Genro esteve ontem em Fortaleza (CE)
Polícia é acionada para manter manifestantes longe do ministro
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Um forte aparato policial impediu que manifestantes se aproximassem do ministro Tarso Genro
(Educação), ontem, em Fortaleza.
Quatro membros do grupo Crítica Radical, o mesmo que jogou
torta no ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, há dois meses,
chegaram a ser arrastados para
fora do ginásio onde Tarso estava.
Os manifestantes disseram que
não tinham torta, mas outra "surpresa" para atrapalhar o evento. A
"surpresa" não foi revelada.
O ministro participou de eventos da Assembléia Legislativa e do
governo do Ceará sobre combate
ao analfabetismo. Procurou elogiar seu antecessor, o senador
Cristovam Buarque, apesar das
mudanças que tem feito no MEC
desde que assumiu, em janeiro.
"Não estamos sucateando nenhum projeto do ministro Cristovam, que foi um bom ministro e é
um grande quadro político. Agora, estamos reordenando hierarquias", disse sobre a exclusão de
programas antes considerados essenciais das prioridades. "O projeto do Cristovam é revolucionário, temos um enorme orgulho
dele, e essas modificações neste
segundo ano [de governo] só poderiam ser feitas pela boa experiência que tivemos no primeiro."
Mesmo longe do ministro, os
manifestantes, cerca de 20 estudantes da UFC (Universidade Federal do Ceará), fizeram bastante
barulho na galeria da Assembléia
e quase o impediram de falar.
Eles criticavam a reforma universitária, que prevê mecanismos
alternativos de financiamento para o ensino superior. Segundo
Tarso, a idéia com mais apoio até
agora é a de criação de um fundo,
composto por alíquotas de diversos impostos já existentes.
Para Tarso, o protesto é fruto de
um "micromovimento de jovens
de uma pequena burguesia apressada, às vezes meio raivosa".
"Não é estranho que, nos momentos de mudança, de transformação e afirmação de um projeto
nacional, surja uma aliança entre
uma suposta extrema esquerda
com a extrema direita, que defende, na verdade, a manutenção do
status quo, sem reforma, para reafirmar este modelo que tem 77%
de vagas privadas no Brasil?"
No último dia 15, o ministro foi
vaiado na UFPR (Universidade
Federal do Paraná), em Curitiba.
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