DA REPORTAGEM LOCAL

Mandar crianças e jovens para acampamentos e, em vez de proporcionar apenas bagunça no período de férias, fazer com eles estudem e aprendam por meio de atividades de mergulho.
Já colocada em prática em outros 11 lugares (Estados Unidos, França e Polinésia Francesa, entre outros), a idéia do Instituto Jean-Michel Cousteau Brasil deve ser concretizada no país em breve.
Na opinião do ambientalista, filho de Jacques Cousteau, a principal forma de conseguir preservar o oceano e o meio ambiente em geral é atingir as crianças e os jovens. Ao contrário dos adultos, afirma, eles podem aprender e mudar suas atitudes. Apenas precisam entender as conseqüências de suas ações.
"Eu estava atrás de um ônibus, aqui no Brasil, e as crianças, que estavam com lanche, jogaram para fora da janela sacos plásticos. Isso é questão de educação, podemos mudar. As crianças não querem maltratar animais, mas elas não fazem a conexão. Se mostrarmos as conseqüências, ela não fará mais", afirma.
Para ele, incentivar as pessoas a mergulharem pode ser positivo para a preservação do meio ambiente. "No momento em que coloca o rosto na água você ganha uma responsabilidade com aquele mundo", afirma.
Ele conta que começou a mergulhar com sete anos, quando seu pai o jogou no oceano mediterrâneo. "Ele queria que entendêssemos a natureza. Tirava a gente de casa no meio da noite para olhar as estrelas quando estava uma noite bonita", lembra.
Segundo Leda Bozaciyan, presidente da diretoria executiva do instituto, a intenção é atrair principalmente pessoas de 8 a 17 anos nos programas de educação ambiental. O grupo busca agora parcerias com empresas e poder público para encontrar um espaço adequado ao trabalho.
De acordo com ela, o mais provável é que a atividade seja realizada no litoral paulista, por causa da facilidade de acesso e da grande demanda. "Os alunos de escolas particulares pagam e os de escola pública não terão que gastar. Assim, todos podem participar", diz Jean-Michel.
Nesta semana, o ambientalista lançou o programa Embaixadores do Meio Ambiente, que atua na conscientização e na educação ambiental de crianças, em Maringá (PR). No exterior, o programa já atende a cerca de 10 mil pessoas anualmente.
Para obter um resultado positivo, Jean-Michel disse que será feita uma adaptação à realidade cultural brasileira e ao ecossistema da região de Maringá.


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