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SAÚDE/ALIMENTAÇÃO
Ela é comum em produtos industrializados; colesterol e gordura saturada também ameaçam
Gordura trans é a mais perigosa para o organismo
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
Batata frita, biscoito recheado,
torta e churrasco. Resistir a essas
delícias não é fácil, mas elas têm
um custo para o organismo. Diferentes tipos de gordura, associadas ao colesterol, estão por trás
dos rótulos e agravam os casos de
obesidade e doenças cardíacas.
A maior vilã da atualidade é a
gordura trans, comum em produtos industrializados. Produzida
em um processo químico chamado hidrogenização, que transforma o óleo vegetal líqüido em gordura sólida, ela é muito usada pela
indústria pois deixa os alimentos
mais saborosos, duradouros e
com melhor consistência.
Para o consumidor, porém, a
gordura trans não traz nenhum
benefício. "Ela é bastante perigosa. O ideal é não consumir porque
não há recomendação diária para
isso", afirma a professora titular
da Esalq e presidente da Associação Brasileira de Alimentos Funcionais, Jocelem Salgado. O principal problema dessa gordura é
que além de aumentar o colesterol ruim (LDL), como a saturada,
ela diminui o bom (HDL).
A gordura trans não deve representar mais do que 1% das calorias diárias ingeridas. Ou seja, numa dieta de 2000 calorias, 2,2 g.
No Brasil, a média é de 3%, ou 6,6
g -uma porção grande de batata
frita de fast-food ou quatro biscoitos recheados. A Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária)
exige que, a partir de agosto, elas
sejam discriminadas nos rótulos.
Outros inimigos do organismo
são a gordura saturada, que pode
ter origem animal ou vegetal, e o
colesterol -substância produzida pelo nosso organismo, também presente em produtos de origem animal. No corpo, o colesterol se associa à gordura, é transportado pelo sangue, e se aloja nas
artérias, podendo causar derrames ou infartos. A alimentação
inadequada, aliada ao sedentarismo, gera doenças. Cerca de 70%
dos brasileiros têm obesidade abdominal, a mais perigosa. "A obesidade abdominal aumenta em
60% o risco de infarto. É hoje o
grande foco dos cardiologistas",
diz Álvaro Avezum diretor da Divisão de Pesquisa do Dante Pazzanese e diretor da SBC-Funcor.
Estudo com 32 mil pessoas em
52 países mostra que consumir
diariamente frutas e verduras reduz em 30% a chance de infarto.
É o fim dos prazeres à mesa?
Não necessariamente. "É importante pensar na alimentação como um todo. O que vale é o dia-a-dia. O fast-food não é proibido,
desde que não seja freqüente",
afirma Miyoko Nakasato, nutricionista-chefe do Serviço de Nutrição e Dietética do Incor.
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