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CASO SHELL
Diretor fez declaração
Empresa admite uso de metais pesados
ANA PAULA MARGARIDO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A Shell Brasil admitiu, pela primeira vez, que alguns compostos
utilizados pela empresa para a
produção de pesticidas continham metais pesados.
A declaração foi feita ontem, pelo diretor jurídico da empresa,
Gustavo Fleishman, durante audiência pública convocada pela
Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias
da Câmara dos Deputados, em
Brasília (DF).
"A Shell nunca manipulou metais pesados. Alguns compostos
utilizados para dissolver os drins
continham, principalmente, zinco e manganês."
Na mesma reunião, o presidente da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado), Dráusio Barreto,
disse que a empresa omitiu informações sobre a contaminação em
Paulínia (SP) ao órgão de fiscalização ambiental.
Segundo Barreto, a Shell deveria
ter comunicado à Cetesb que havia poluído o solo e o lençol freático do bairro Recanto dos Pássaros antes de fazer autodenúncia
ao Ministério Público de Paulínia,
como ocorreu. "A Cetesb só ficou
sabendo que a área foi contaminada seis meses depois, por meio
da Promotoria", afirmou.
A Shell fez a autodenúncia sobre
a contaminação por pesticidas da
família dos drins (Aldrin, Dieldrin, Endrin) em agosto de 94. No
entanto a Cetesb só soube da ação
da empresa multinacional em
março de 95.
Outro lado
A empresa nega que tenha omitido informações e diz que vai pedir explicações, por escrito, ao
presidente da Cetesb.
Barreto mostrou ontem documentos que comprovam a contaminação das chácaras em torno
do antigo site da Shell.
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