São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2001

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CASO SHELL

Diretor fez declaração

Empresa admite uso de metais pesados

ANA PAULA MARGARIDO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A Shell Brasil admitiu, pela primeira vez, que alguns compostos utilizados pela empresa para a produção de pesticidas continham metais pesados.
A declaração foi feita ontem, pelo diretor jurídico da empresa, Gustavo Fleishman, durante audiência pública convocada pela Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
"A Shell nunca manipulou metais pesados. Alguns compostos utilizados para dissolver os drins continham, principalmente, zinco e manganês."
Na mesma reunião, o presidente da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado), Dráusio Barreto, disse que a empresa omitiu informações sobre a contaminação em Paulínia (SP) ao órgão de fiscalização ambiental.
Segundo Barreto, a Shell deveria ter comunicado à Cetesb que havia poluído o solo e o lençol freático do bairro Recanto dos Pássaros antes de fazer autodenúncia ao Ministério Público de Paulínia, como ocorreu. "A Cetesb só ficou sabendo que a área foi contaminada seis meses depois, por meio da Promotoria", afirmou.
A Shell fez a autodenúncia sobre a contaminação por pesticidas da família dos drins (Aldrin, Dieldrin, Endrin) em agosto de 94. No entanto a Cetesb só soube da ação da empresa multinacional em março de 95.

Outro lado
A empresa nega que tenha omitido informações e diz que vai pedir explicações, por escrito, ao presidente da Cetesb.
Barreto mostrou ontem documentos que comprovam a contaminação das chácaras em torno do antigo site da Shell.



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