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ACIDENTE
Todos os passageiros morreram queimados após aeronave cair sobre o telhado de uma fábrica em Barueri
Queda de helicóptero mata 4 na Grande SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Um helicóptero com quatro
pessoas caiu sobre o telhado de
uma fábrica, ontem, em Tamboré
(região de Barueri), na Grande
São Paulo, matando todos os passageiros. A aeronave despencou
logo após a decolagem sobre um
barracão onde trabalham cerca de
250 operários em uma linha de
montagem de compressores.
Morreram queimados o empresário do setor de plástico Túlio
Mecene, 52, o único filho dele, Rodrigo Mecene, 22, e dois funcionários da Empresa de Correios e
Telégrafos -Francisco César
Messina Calderon, 32, gerente do
setor de encomendas de São Paulo, e Luís Shigueo Agata, 37, funcionário da mesma área.
Ninguém da fábrica Atlas Copco se feriu. O helicóptero atingiu
um corredor de passagem no setor de estoque, não a linha de
montagem, no horário em que a
maioria dos empregados está do
lado de fora, almoçando.
O empresário, Túlio, dono da
aeronave havia pelo menos oito
anos, estaria no comando do aparelho no momento do acidente.
Segundo amigos, ele pilotava
com frequência, principalmente
nos finais de semana, quando costumava ir com a família e amigos
para o interior do Estado.
O helicóptero Bell 206, conhecido como Jet Ranger, decolou do
Hangar Alphaville, em Barueri,
por volta das 13h40, distante 500
metros do local onde ele caiu. Os
quatro iriam almoçar fora da
Grande São Paulo, provavelmente em Jundiaí (60 km de São Paulo), afirmaram amigos.
Cerca de 30 segundos após sair
do chão, ainda com pouca altitude, a aeronave teve uma pane, fez
uma curva acentuada para a direita e atingiu o telhado da fábrica.
Atrás da empresa há um heliponto que serve aos moradores
de Tamboré, onde Túlio, provavelmente, tentaria um pouso de
emergência. ""O helicóptero veio
caindo de lado, foi direto para a
fábrica e subiu a fumaça", disse o
motorista Francisco Célio Simões, funcionário público que
trabalhava em uma obra em frente ao local do acidente.
De acordo com o Corpo de
Bombeiros, não houve explosão.
O combustível do aparelho fez
com que uma ""bola de fogo" tomasse conta dele, atingindo as paredes e o telhado do prédio.
O local foi evacuado e a própria
brigada de incêndio da empresa
de compressores deu o primeiro
combate ao incêndio. Do helicóptero, com capacidade para cinco
pessoas, sobraram apenas peças
retorcidas e partes que lembram
um motor espalhadas pelo chão.
""Ele me chamou para ir junto,
mas não quis porque já tinha almoçado. Estava esperando ele
voltar para uma reunião", afirmou o empresário João Bosco Lopes, 54, amigo de Túlio. Os dois
conversaram 15 minutos antes da
decolagem do hangar.
Ontem, peritos do Instituto de
Criminalística e do DAC (Departamento de Aviação Civil) estiveram na fábrica recolhendo partes
do helicóptero para tentar avaliar
as causas do acidentes.
""Por enquanto é prematuro
afirmar o que houve", disse ontem o major Carlos Henrique Nogueira, oficial de segurança de vôo
do Serac-4 (Serviço Regional de
Aviação Civil).
O comandante Hamilton Alves
da Rocha, piloto de helicóptero e
amigo de Túlio, disse que o empresário era experiente e fazia
com frequência manutenção no
aparelho que caiu. ""Se tivesse
conseguido ir um pouco mais
adiante, com certeza, ele teria descido em um terreno vazio."
O IML (Instituto Médico Legal)
precisaria fazer exame de arcada
dentária para identificar o corpos,
que ficaram carbonizados.
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