PAULO ROBERTO LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

Neste ano, a queda do helicóptero em Tamboré, bairro do município de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, foi o segundo acidente com esse tipo de aparelho no Brasil e o primeiro em que houve morte, segundo a Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes do DAC (Departamento de Aviação Civil).
O primeiro acidente ocorreu no dia 23 de fevereiro. O táxi aéreo Bell 407, prefixo PT-YUM, que tinha decolado do Batalhão Florestal de São Gonçalo (RJ), caiu numa região de favelas do município. As quatro pessoas a bordo saíram ilesas, e o piloto ficou ferido. No solo, ninguém foi atingido.
Desde 1997, com o de ontem, houve 54 acidentes, que provocaram a morte de 49 pessoas, segundo Renato Drumond, 41, funcionário da Divisão de Investigação. Nesse período, a frota subiu de 523 aeronaves para 843, conforme registros do DAC.
Essa frota é uma das maiores do mundo, e mais de metade dela, cerca de 500 unidades, encontra-se na Grande São Paulo.
Os vôos se concentram em algumas regiões, e Tamboré, a cerca de 30 km da capital paulista, é uma delas.
"Por causa dos congestionamentos na rodovia Castelo Branco e na marginal Tietê, o número de helicópteros utilizados por empresários que trabalham por aqui tem aumentado nos últimos anos", afirma Alexandre Lourenço, 24, funcionário da Aero Alpha, empresa de táxi aéreo que atende Tamboré e o bairro vizinho de Alphaville. Ele diz que alguns empresários, embora tenham piloto, costumam conduzir o vôo. "Outros não têm piloto, mas são a minoria", afirma.
Moradores de uma outra região de concentração de vôos -aeroporto de Congonhas, na zona sul- queixam-se do barulho. Marcelo da Cunha Mello, 32, que mora no Planalto Paulista, afirma que "não aguenta mais".
Para Regina Monteiro, 44, presidente do Movimento Defenda São Paulo, é preciso haver uma restrição ao uso de helicópteros.


Texto Anterior: Acidente: Queda de helicóptero mata 4 na Grande SP
Próximo Texto: Filho chegou há 3 dias no país
Índice