São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Em assembléia, professores decidem manter greve na USP

KLEBER TOMAZ
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores da USP decidiram ontem, em assembléia que reuniu 200 dos 5.222 docentes, manter por unanimidade a greve deflagrada na quarta-feira por reajuste salarial e em apoio à reivindicação dos estudantes que invadiram há 23 dias a reitoria da universidade (zona oeste de SP). No campus de Ribeirão Preto, os professores aprovaram uma adesão à paralisação. Na Unicamp, subiu de cinco para oito o número de institutos atingidos parcial ou totalmente pela greve de funcionários e professores -são 20 unidades ao todo. Em Rio Claro, cerca de cem estudantes invadiram na noite de quinta-feira um prédio de salas de aulas da Unesp.
Segundo a Adusp (associação dos docentes da USP), as propostas apresentadas pela reitoria da USP e pelo Cruesp (conselho de reitores das universidades estaduais paulistas) não surtiram efeito para demover o grupo dos protestos. Os invasores exigem a derrubada de decretos do governador José Serra (PSDB) para o ensino superior, que, segundo eles, atacam a autonomia das instituições. O governador e a reitora da USP, Suely Vilela, negam tal intenção.
Anteontem, o Cruesp propôs reajuste salarial de 3,37% aos sindicatos de professores e funcionários. A oferta foi recusada pela Adusp, que, com o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), reivindica reajuste de 3,15%, além de mais R$ 200 -ontem, o STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) também rejeitou a proposta.
Os docentes já marcaram nova assembléia para a terça-feira -um dia após a segunda reunião prevista entre os invasores e o secretário da Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey. Os estudantes pedem o cancelamento dos decretos e a garantia de que não serão punidos pela USP por conta da invasão. Marrey insiste para que eles deixem o prédio e não dá garantias de que não haverá uma possível ação da Polícia Militar para desocupar o local.
"Estamos sempre abertos ao diálogo, mas tudo o que estava ao alcance da reitoria ela já apresentou", disse o vice-reitor da USP, Franco Maria Lajolo. "As demais pautas dependem de decisões de órgãos colegiados e [novas] previsões orçamentárias. Mesmo assim, propomos uma comissão para analisar todas as pautas." Dois atos públicos dos professores já estão programados: às 16h da terça na Assembléia Legislativa e às 14h de quinta no Palácio dos Bandeirantes.
Ontem, um caixa eletrônico do Bradesco e a torre do relógio na USP amanheceram pichados. A comissão de comunicação do alunos afirma que tais atos foram feitos por pessoas fora do movimento de invasão.


Colaboraram FÁBIO AMATO e FELIPE BÄCHTOLD, da Agência Folha



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