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Em assembléia, professores decidem manter greve na USP
KLEBER TOMAZ
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os professores da USP decidiram ontem, em assembléia
que reuniu 200 dos 5.222 docentes, manter por unanimidade a greve deflagrada na quarta-feira por reajuste salarial e
em apoio à reivindicação dos
estudantes que invadiram há
23 dias a reitoria da universidade (zona oeste de SP).
No campus de Ribeirão Preto, os professores aprovaram
uma adesão à paralisação. Na
Unicamp, subiu de cinco para
oito o número de institutos
atingidos parcial ou totalmente
pela greve de funcionários e
professores -são 20 unidades
ao todo. Em Rio Claro, cerca de
cem estudantes invadiram na
noite de quinta-feira um prédio
de salas de aulas da Unesp.
Segundo a Adusp (associação
dos docentes da USP), as propostas apresentadas pela reitoria da USP e pelo Cruesp (conselho de reitores das universidades estaduais paulistas) não
surtiram efeito para demover o
grupo dos protestos.
Os invasores exigem a derrubada de decretos do governador José Serra (PSDB) para o
ensino superior, que, segundo
eles, atacam a autonomia das
instituições. O governador e a
reitora da USP, Suely Vilela, negam tal intenção.
Anteontem, o Cruesp propôs
reajuste salarial de 3,37% aos
sindicatos de professores e funcionários. A oferta foi recusada
pela Adusp, que, com o Sintusp
(Sindicato dos Trabalhadores
da USP), reivindica reajuste de
3,15%, além de mais R$ 200
-ontem, o STU (Sindicato dos
Trabalhadores da Unicamp)
também rejeitou a proposta.
Os docentes já marcaram nova assembléia para a terça-feira
-um dia após a segunda reunião prevista entre os invasores
e o secretário da Justiça, Luiz
Antonio Guimarães Marrey.
Os estudantes pedem o cancelamento dos decretos e a garantia de que não serão punidos pela USP por conta da invasão. Marrey insiste para que
eles deixem o prédio e não dá
garantias de que não haverá
uma possível ação da Polícia
Militar para desocupar o local.
"Estamos sempre abertos ao
diálogo, mas tudo o que estava
ao alcance da reitoria ela já
apresentou", disse o vice-reitor
da USP, Franco Maria Lajolo.
"As demais pautas dependem
de decisões de órgãos colegiados e [novas] previsões orçamentárias. Mesmo assim, propomos uma comissão para analisar todas as pautas."
Dois atos públicos dos professores já estão programados:
às 16h da terça na Assembléia
Legislativa e às 14h de quinta
no Palácio dos Bandeirantes.
Ontem, um caixa eletrônico
do Bradesco e a torre do relógio
na USP amanheceram pichados. A comissão de comunicação do alunos afirma que tais
atos foram feitos por pessoas
fora do movimento de invasão.
Colaboraram FÁBIO AMATO e FELIPE BÄCHTOLD, da Agência Folha
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