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Mesmo em queda, taxa de analfabetismo em 2000 é superior à dos EUA em 1940
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de analfabetismo no
Brasil caiu de 56,8% para 12,1%
de 1940 a 2000. Pode parecer
um avanço significativo, mas a
comparação do Brasil de 2000
com os Estados Unidos de 1940
mostra o quanto estávamos -e
continuamos- atrasados.
Naquele ano, o censo americano registrava uma taxa de
analfabetismo de apenas 2,9%,
patamar que ainda estamos
longe de atingir. Os 12,1% de
analfabetos em 2000 no Brasil
são maiores até mesmo do que
os 11,5% registrados em 1940
apenas para a população negra
norte-americana.
A mesma comparação com
os Estados Unidos de 1940 e o
Brasil de hoje evidencia nosso
atraso histórico no acesso a
educação na faixa etária de 7 a
14 anos. O percentual de crianças estudando aumentou no
país de 30,6% para 94,5%. Nos
Estados Unidos, a universalização do ensino já estava bem
próxima desde 1940, quando
84% das crianças de 5 a 17 anos
estudavam.
Miscigenação
O projeto de uma parte da
elite brasileira até a segunda
metade do século passado era a
de embranquecimento do país.
O comportamento da população entre 1940 e 2000, no entanto, foi justamente na linha
contrária: o contigente de brasileiros que mais cresceu foi o
dos que se autodeclaram pardos. Eles eram 21,2% em 1940
e, 60 anos depois, passaram a
representar 38,5%.
Na contramão dos pardos, a
proporção de autodeclarados
brancos ou pretos diminuiu.
No primeiro caso, caiu de
63,4% para 53,7%. No segundo
caso, de 14,6% para 6,2%. Os
dados mais recentes das pesquisas domiciliares do IBGE
mostram que essa tendência
continua. Prova disso é que, em
2005, pela primeira vez na história das pesquisas do instituto,
o percentual de brancos foi inferior a 50%, ficando em 49,9%.
Desde 1940, o IBGE trabalha
com o conceito de autodeclaração -ou seja, cabe apenas ao
entrevistado dizer a qual grupo
pertence. Em 1940, a população indígena era incluída no
grupo de pardos.
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