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Farmácias do interior de SP ainda vendem medicamentos proibidos
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Os 12 remédios antialérgicos
proibidos de comercialização pelo Ministério da Saúde no último
dia 17 ainda estão sendo vendidos
em Ribeirão Preto (319 km de São
Paulo) e Araraquara (282 km de
São Paulo).
De 30 farmácias consultadas pela Folha em Ribeirão, 11 ainda
vendiam ontem pela manhã pelo
menos um dos medicamentos vetados. A cidade possui cerca de
200 drogarias.
Em Araraquara, uma blitz flagrou dois estabelecimentos comercializando os produtos na última segunda-feira.
Esses medicamentos foram
proibidos porque contêm o princípio ativo terfenadina, substância que, segundo pesquisas, pode
causar arritmia cardíaca (alterações no ritmo do coração).
A venda em Ribeirão foi constatada inclusive em farmácias de rede, como a Drogalev. Os estabelecimentos que continuam comercializando o medicamento alegam que não receberam nenhum
comunicado oficial da proibição.
A ANVS (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), órgão do
Ministério da Saúde responsável
pelo caso, diz que as farmácias deveriam saber da proibição apenas
pela publicação no "Diário Oficial" da União -no último dia
17- e pela imprensa.
As drogarias que não vendem o
produto informaram que não foram comunicadas oficialmente,
mas souberam da decisão pelos
meios de comunicação.
A Vigilância Sanitária municipal afirmou à Folha ontem de manhã que não tinha recebido nenhum comunicado oficial sobre a
proibição. Só depois, por volta
das 12h, informou que estava começando a avisar as farmácias de
Ribeirão sobre a proibição e que
multaria os infratores.
Araraquara
Em Araraquara, a Vigilância Sanitária municipal multou duas
farmácias que ainda vendiam os
produtos. Os agentes informaram
à Folha que iriam continuar o trabalho.
O representante de vendas Eurípedes Faria, 55, um dos usuários
do Teldane, afirma não ter tido dificuldades em comprar uma caixa
há três dias. Ele considera errado
as farmácias estarem vendendo o
produto e disse saber dos problemas que ele pode causar.
O representante justificou o uso
do produto, mesmo sabendo ser
prejudicial, pela falta de outro.
"Eu uso esse produto há cerca de
dez anos. Não posso passar sem
ele quando tenho crise de alergia.
Agora que o meu médico receitou
outro, vou trocar."
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