São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2000


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Farmácias do interior de SP ainda vendem medicamentos proibidos

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Os 12 remédios antialérgicos proibidos de comercialização pelo Ministério da Saúde no último dia 17 ainda estão sendo vendidos em Ribeirão Preto (319 km de São Paulo) e Araraquara (282 km de São Paulo).
De 30 farmácias consultadas pela Folha em Ribeirão, 11 ainda vendiam ontem pela manhã pelo menos um dos medicamentos vetados. A cidade possui cerca de 200 drogarias.
Em Araraquara, uma blitz flagrou dois estabelecimentos comercializando os produtos na última segunda-feira.
Esses medicamentos foram proibidos porque contêm o princípio ativo terfenadina, substância que, segundo pesquisas, pode causar arritmia cardíaca (alterações no ritmo do coração).
A venda em Ribeirão foi constatada inclusive em farmácias de rede, como a Drogalev. Os estabelecimentos que continuam comercializando o medicamento alegam que não receberam nenhum comunicado oficial da proibição.
A ANVS (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão do Ministério da Saúde responsável pelo caso, diz que as farmácias deveriam saber da proibição apenas pela publicação no "Diário Oficial" da União -no último dia 17- e pela imprensa.
As drogarias que não vendem o produto informaram que não foram comunicadas oficialmente, mas souberam da decisão pelos meios de comunicação.
A Vigilância Sanitária municipal afirmou à Folha ontem de manhã que não tinha recebido nenhum comunicado oficial sobre a proibição. Só depois, por volta das 12h, informou que estava começando a avisar as farmácias de Ribeirão sobre a proibição e que multaria os infratores.

Araraquara
Em Araraquara, a Vigilância Sanitária municipal multou duas farmácias que ainda vendiam os produtos. Os agentes informaram à Folha que iriam continuar o trabalho.
O representante de vendas Eurípedes Faria, 55, um dos usuários do Teldane, afirma não ter tido dificuldades em comprar uma caixa há três dias. Ele considera errado as farmácias estarem vendendo o produto e disse saber dos problemas que ele pode causar.
O representante justificou o uso do produto, mesmo sabendo ser prejudicial, pela falta de outro. "Eu uso esse produto há cerca de dez anos. Não posso passar sem ele quando tenho crise de alergia. Agora que o meu médico receitou outro, vou trocar."


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