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Cohab poderá anistiar dívida de quase 60 mil
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
De 1º de agosto até novembro, a
Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo)
realizará uma operação que poderá anistiar a dívida de cerca de 60
mil mutuários, praticamente 60%
do total existente na companhia.
O programa inclui também os
mutuários do programa Renda
Média (cerca de 3.300). Nesse caso, será oferecida apenas a renegociação da dívida, e não anistia.
O perdão dos débitos será concedido aos mutuários que assinaram contrato até dezembro de
1987, com cobertura do Fundo de
Compensação das Variações Salariais (FCVS). Total: 59.160.
A anistia não é um ato da prefeitura, mas um programa do governo federal. A Cohab não financia
imóveis com recursos próprios.
Pede empréstimos na Caixa Econômica Federal. Assim, o que o
mutuário deve à companhia, esta
deve ao banco. Em dezembro de
2000, o governo lançou o programa de anistia dos contratos pelo
FCVS. A razão: esses contratos se
tornaram impagáveis -atreladas
à variação salarial do mutuário, as
prestações, geralmente baixas,
não conseguiriam nunca amortizar a dívida, alimentada por juros
e correção monetária.
No entanto o direito ao perdão
dos débitos não foi concedido aos
mutuários da Cohab de São Paulo. Desde o início do ano, a diretoria da companhia negocia com o
governo federal a sua inclusão, fato que se consumou em junho.
O programa de anistia se tornou
um ótimo negócio para a Cohab,
que luta contra um rombo de cerca de R$ 86,4 milhões, valor que a
prefeitura tem de injetar na companhia, anualmente, apenas para
cobrir a inadimplência.
Caso os prognósticos da diretoria se confirmem, 80% dos devedores entrarão no programa, o
que traria uma economia de 40%
aos cofres da prefeitura -cerca
de R$ 30 milhões por ano, metade
do que foi destinado ao programa
Renda Mínima.
No caso do programa Renda
Média, por causa de vários planos
econômicos, a maioria dos contratos se desregulou, passando a
ter prestações altas demais e
amortização pequena.
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