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Família mora há 16 anos sob ponte
DA REPORTAGEM LOCAL
O problema da moradia não é
novo na capital. Que o diga Sueli
Ferreira, 43, dona-de-casa. Ela
mora com o marido e um filho há
mais de 16 anos na viela Sergipe,
uma favela localizada sob o viaduto Imigrante Nordestino, no início da marginal Tietê.
"Eu já me acostumei a morar
aqui. A vida inteira eu morei em
barraco. Nem acho que seja perigoso", afirmou. No barraco em
que vive Sueli, há luz (obtida por
uma ligação elétrica clandestina),
fogão, geladeira e televisão.
As crianças brincam em meio
ao lixo jogado nas vielas e não
existe nenhuma barreira entre
elas e a marginal.
No total, a reportagem da Folha
percorreu as duas marginais da
cidade. Em 16 viadutos da Tietê, 3
tinham moradores. Na marginal
Pinheiros, de um número de 10
viadutos, 2 tinham favelas.
Elisangela Alves mora com o
marido embaixo do viaduto
Grande São Paulo. Aos 22 anos e
esperando o primeiro filho, ela diz
que não acredita na solução proposta pela prefeitura.
"Eles só cadastram a gente e somem. Passa o tempo, e a nossa situação nunca muda", disse.
Para o secretário municipal da
Habitação, Paulo Teixeira, a situação é grave. "Estamos tentando
dar uma solução, mas não será a
curto prazo que resolveremos esse problema", disse. Ele não soube informar com que verba serão
construídas as casas e como elas
serão pagas pelas famílias.
O secretário da Assistência Social, Evilásio Farias, afirmou que
sua pasta não tem orçamento, pelo menos neste ano, nem ao menos para o projeto de colocar as
famílias em hotéis e pensões.
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