São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2001

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Família mora há 16 anos sob ponte

DA REPORTAGEM LOCAL

O problema da moradia não é novo na capital. Que o diga Sueli Ferreira, 43, dona-de-casa. Ela mora com o marido e um filho há mais de 16 anos na viela Sergipe, uma favela localizada sob o viaduto Imigrante Nordestino, no início da marginal Tietê.
"Eu já me acostumei a morar aqui. A vida inteira eu morei em barraco. Nem acho que seja perigoso", afirmou. No barraco em que vive Sueli, há luz (obtida por uma ligação elétrica clandestina), fogão, geladeira e televisão.
As crianças brincam em meio ao lixo jogado nas vielas e não existe nenhuma barreira entre elas e a marginal.
No total, a reportagem da Folha percorreu as duas marginais da cidade. Em 16 viadutos da Tietê, 3 tinham moradores. Na marginal Pinheiros, de um número de 10 viadutos, 2 tinham favelas.
Elisangela Alves mora com o marido embaixo do viaduto Grande São Paulo. Aos 22 anos e esperando o primeiro filho, ela diz que não acredita na solução proposta pela prefeitura.
"Eles só cadastram a gente e somem. Passa o tempo, e a nossa situação nunca muda", disse.
Para o secretário municipal da Habitação, Paulo Teixeira, a situação é grave. "Estamos tentando dar uma solução, mas não será a curto prazo que resolveremos esse problema", disse. Ele não soube informar com que verba serão construídas as casas e como elas serão pagas pelas famílias.
O secretário da Assistência Social, Evilásio Farias, afirmou que sua pasta não tem orçamento, pelo menos neste ano, nem ao menos para o projeto de colocar as famílias em hotéis e pensões.


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