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VIOLÊNCIA
Quantidade é menor do que a registrada no ano passado; dados são da Ouvidoria das polícias Civil e Militar
Polícia mata 1 a cada 14 horas no 1º semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia de São Paulo matou
nos primeiros seis meses deste
ano 314 pessoas em confrontos de
rua -uma a cada 14 horas.
É menos do que se viu no primeiro semestre do ano passado,
quando o Estado teve o maior número de mortos desde 93, mas o
dado ainda está elevado.
A quantidade de vítimas acumuladas pelas duas polícias, Civil
e Militar, entre janeiro e junho
deste ano, superam as do mesmo
período em 99 (276) e 98 (239).
As informações estão no relatório semestral da Ouvidoria das
polícias Civil e Militar, publicado
ontem no ""Diário Oficial".
Em relação ao primeiro semestre de 2000, houve queda de
35,7% nos registros de vítimas fatais em confrontos, o que representou 175 mortos a menos.
O desempenho da PM interferiu
mais nisso. A corporação com
maior efetivo, de 85 mil homens,
matou 449 civis nos primeiros seis
meses de 2000 e 272 neste ano.
Todos os casos que constam do
relatório são registrados como
""resistência seguida de morte".
A polícia paulista chegou a matar 119 civis por mês em 92, ano do
massacre de 111 presos na Casa de
Detenção do Carandiru.
A letalidade das polícias cai depois disso e fica estável até 97,
quando volta a crescer. Daí em
diante, é quebrado um recorde
atrás do outro, apesar da implantação de ""freios", como: a criação
da Ouvidoria, mudanças no treinamento dos policiais e alterações
na legislação -desde 97, PMs são
julgados por homicídio na Justiça
comum e não na Justiça Militar.
A última iniciativa do governo
do Estado contra as mortes de civis pode explicar parte do resultado dos números deste primeiro
semestre. Em dezembro, foi criada a ""Comissão Especial para a
Redução da Letalidade em Ações
Policiais", que reúne policiais e
especialistas em violência, para
estudar semanalmente as mortes.
A iniciativa foi tomada depois
que a Ouvidoria divulgou estudo
mostrando que 51% das vítimas
da polícia em 99 tinham sido
mortas com tiro nas costas.
""O controle externo das polícias
tem aumentado e isso, talvez, possa explicar a redução que se vê
agora", diz o ouvidor das polícias
de São Paulo, Fermino Fecchio.
Para a PM, as mudanças no treinamento dos policiais e programas de atendimento para os que
se envolvem em tiroteio são os
principais caminhos contra a letalidade nas ações. ""Há medidas
que podem diminuir os confrontos", diz a major Maria Aparecida
Yamamoto, 36, do setor de assuntos civis da corporação.
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