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Infraero descumpre acerto e "blinda" engenheiros da nova pista de Congonhas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Infraero descumpriu um
acerto firmado com a Procuradoria da República que previa
ampla divulgação de detalhes
da reforma da pista principal
do aeroporto de Congonhas e
acabou "blindando" os engenheiros responsáveis pela obra.
Num TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado
em abril com representantes
do Ministério Público Federal,
a Infraero se comprometia a
viabilizar "em seu sítio eletrônico e em mural ou banner
compatível com ampla visibilidade, localizado em ponto de
grande circulação, [...] informações relacionadas à obra de reforma, incluindo: cronograma
previsto, por etapas, e acompanhamento de execução, empresa e engenheiro responsável
pela obra e custo total".
O acerto foi feito em troca da
extinção, por parte da Procuradoria, de uma ação civil que
tentava fechar Congonhas.
A ampla divulgação -até pela internet- não foi feita, principalmente em relação aos nomes de quem assina pela obra.
Duas construtoras, OAS e
Galvão Engenharia, foram contratadas de maneira emergencial para a execução do serviço
ao custo de R$ 20 milhões.
A OAS é uma das integrantes
do Consórcio Via Amarela, responsável pela construção da linha 4 do Metrô, que teve em janeiro passado a abertura de
uma cratera em Pinheiros.
A Folha obteve no Crea
(Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) de São Paulo a relação da
equipe de nove engenheiros
das duas construtoras e que são
responsáveis pela reforma da
pista principal de Congonhas.
O conselho afirma que todos
estão com seus registros regularizados. A maioria é integrante da cúpula das duas empreiteiras. Ao menos três já estiveram envolvidos em polêmicas.
Um deles, José Rubens Goulart Pereira, da Galvão Engenharia, é ex-presidente da Andrade Gutierrez e foi alvo de
uma misteriosa disputa no começo da década, quando teve
seu nome publicado em jornais
num anúncio fúnebre pago por
um ex-diretor da construtora.
O Ministério Público Estadual, na ocasião, chegou a investigar a informação de que a
publicação poderia ser uma
tentativa de chantagem.
Um segundo engenheiro, José Adelmário Pinheiro Filho,
representou, em 2004, a OAS
num jantar do presidente Lula
em agradecimento aos empresários que financiariam a reforma do Palácio da Alvorada.
O nome de um terceiro engenheiro, Geraldo Correia Santos, da OAS, aparece como testemunha do TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta) firmado com a Promotoria e empreiteiras da linha 4 do Metrô.
(ALENCAR IZIDORO E EVANDRO SPINELLI)
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