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AMBIENTE
Servidor está há 5 dias sem comer em protesto contra abandono de mata
Ecologista adere a greve de fome
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A greve de fome do funcionário do Ibama Márcio Castro das
Mercês, 52, contra o abandono
pelo governo federal da Reserva
Biológica do Tinguá, em Nova
Iguaçu (Baixada Fluminense, no
Rio), iniciada sábado, ganhou
um reforço ontem. Aderiu ao
protesto o ecologista Ricardo
Portugal, 45, dirigente da ONG
Defensores Ambientais do Gericinó-Mendanha-Tinguá.
Mercês e Portugal estão desde
as 11h de ontem dentro de um
jaula de bambu, coberta por um
carpete fino, montada ao lado da
portaria do prédio do Ibama na
praça 15 (centro do Rio).
As ripas de bambu da jaula em
que eles estão são amarradas de
maneira precária com arame.
Os quatro carros do Ibama em
Tinguá estão quebrados. Não há
verba para combustível e manutenção. O prédio onde os funcionários ficam pode desabar.
Mercês também protesta contra sua transferência para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (região serrana do Estado),
decidida pelo próprio Ibama.
Na semana passada, o gerente
do Ibama no Rio, Edson Bedim,
disse que Mercês fora transferido por causa das ameaças que
estaria recebendo em Tinguá.
Bedim disse que a reserva não
poderia gerar um "segundo mártir" -o ambientalista Dionísio
Júlio Ribeiro Filho foi assassinado em Tinguá no início do ano.
Ontem, o Ibama divulgou que
Mercês não será mais transferido, mas não há recursos para as
demais reivindicações.
Membro da Comissão de Meio
Ambiente da Câmara, o deputado federal Babá (PSOL-PA) esteve no Ibama em solidariedade
aos manifestantes. Em discurso,
ele disse que o Ministério do
Meio Ambiente e o Ibama abandonaram a reserva.
"O governo não tomou providências após a morte do companheiro Dionísio. A greve de fome
do companheiro Márcio é de
uma revolta profunda", disse.
A dupla foi trazida de Tinguá
sob a escolta de triciclos e motos
da ONG União Brasil de Ecologistas e Motociclistas. Em discurso, o presidente da ONG, Fernando Tinguá, se solidarizou aos
grevistas com a frase: "Para mim,
é tudo rock'n'roll".
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