São Paulo, terça, 26 de agosto de 1997.



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Cai apoio à pena de morte

da Reportagem Local

A adoção da pena de morte como forma de combater a criminalidade está perdendo força entre a população. Pesquisa Datafolha revela que a maioria dos entrevistados ainda é favorável à medida, mas o percentual de defensores vem diminuindo ao longo dos anos.
No último levantamento, realizado no dia 25 de junho, 51% dos pesquisados afirmaram ser favoráveis à pena de morte, sendo que 45% disseram ser contrários.
Como a margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, pode-se supor que a população está dividida sobre o assunto.
O percentual de defensores da medida em 30 de agosto de 89 chegou a atingir 73% do universo pesquisado na época. Em 27 de maio de 95, o índice havia caído para 60%.
"As pessoas estão percebendo que não adianta adotar uma falsa solução para o problema da criminalidade. A morte não vai acabar com o crime. Toda hora se mata e o crime continua", declarou o padre Eduardo Rodrigues Coelho, vigário auxiliar de comunicação da Arquidiocese de São Paulo.
Para Jairo Fonseca, presidente da comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seção São Paulo, o percentual de defensores da pena de morte ainda é grande. "Com um maior esclarecimento, acredito que o percentual deverá diminuir cada vez mais."
A pena de morte é defendida principalmente pelas pessoas que têm entre 26 e 40 anos (55%), pelos que estudaram até o primeiro grau (57%) e pelos que são contrários às penas alternativas (57%).
Os maiores índices de rejeição à medida foram observados entre os entrevistados que possuem nível superior (58%), pelos que têm entre 16 e 25 anos (52%) e pelos que possuem renda familiar entre 10 e 20 salários mínimos (50%).
As pessoas que defenderam a pena de morte na pesquisa afirmaram que a medida deveria ser adotada, principalmente, nos casos de assassinato (87%) e abuso sexual ou estupro (85%).
Assaltos e roubos, com 34%, sequestro (15%), tráfico de drogas (4%) e crimes hediondos (4%), entre outros, são citados em seguida.
Caso a pena de morte fosse adotada no Brasil e os entrevistados estivessem desempregados, a maioria (86%) não aceitaria trabalhar como executor (carrasco). Outros 13% responderam que aceitariam disputar uma vaga.



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