|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cai apoio à pena de morte
da Reportagem Local
A adoção da pena de morte como
forma de combater a criminalidade está perdendo força entre a população. Pesquisa Datafolha revela
que a maioria dos entrevistados
ainda é favorável à medida, mas o
percentual de defensores vem diminuindo ao longo dos anos.
No último levantamento, realizado no dia 25 de junho, 51% dos
pesquisados afirmaram ser favoráveis à pena de morte, sendo que
45% disseram ser contrários.
Como a margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, pode-se supor que a população está
dividida sobre o assunto.
O percentual de defensores da
medida em 30 de agosto de 89 chegou a atingir 73% do universo pesquisado na época. Em 27 de maio
de 95, o índice havia caído para
60%.
"As pessoas estão percebendo
que não adianta adotar uma falsa
solução para o problema da criminalidade. A morte não vai acabar
com o crime. Toda hora se mata e o
crime continua", declarou o padre
Eduardo Rodrigues Coelho, vigário auxiliar de comunicação da Arquidiocese de São Paulo.
Para Jairo Fonseca, presidente da
comissão de direitos humanos da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil), seção São Paulo, o percentual de defensores da pena de morte ainda é grande. "Com um
maior esclarecimento, acredito
que o percentual deverá diminuir
cada vez mais."
A pena de morte é defendida
principalmente pelas pessoas que
têm entre 26 e 40 anos (55%), pelos
que estudaram até o primeiro grau
(57%) e pelos que são contrários às
penas alternativas (57%).
Os maiores índices de rejeição à
medida foram observados entre os
entrevistados que possuem nível
superior (58%), pelos que têm entre 16 e 25 anos (52%) e pelos que
possuem renda familiar entre 10 e
20 salários mínimos (50%).
As pessoas que defenderam a pena de morte na pesquisa afirmaram que a medida deveria ser adotada, principalmente, nos casos de
assassinato (87%) e abuso sexual
ou estupro (85%).
Assaltos e roubos, com 34%, sequestro (15%), tráfico de drogas
(4%) e crimes hediondos (4%), entre outros, são citados em seguida.
Caso a pena de morte fosse adotada no Brasil e os entrevistados
estivessem desempregados, a
maioria (86%) não aceitaria trabalhar como executor (carrasco).
Outros 13% responderam que
aceitariam disputar uma vaga.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|