São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Casal ignorou chamado do porteiro

DA SUCURSAL DO RIO

O porteiro do hotel Rosário, Raimundo Barbosa de Melo, 37, disse que um casal ficou no prédio no momento do desabamento. Melo contou que estava na recepção do hotel, no térreo, quando ouviu estalos e notou que pedaços de paredes estavam se soltando.
Imediatamente, ele contou ter pedido que três funcionários do hotel deixassem o prédio. Seguiu, então, até o apartamento onde estava o casal, no primeiro andar, para alertar que havia o risco de um desabamento.
O porteiro disse que tocou a campainha e bateu na porta, mas, como o casal não atendeu, decidiu deixar o edifício, pois sentia que ele estava prestes a ruir.
""Quando consegui sair do prédio, do lado de fora, vi uma imensa nuvem de poeira. Tudo aconteceu em cinco minutos", disse o empregado do Rosário.
O copeiro Leandro da Silva, 20, funcionário de um restaurante ao lado do prédio que desabou, disse que seu estabelecimento estava cheio de clientes e funcionários.
Segundo ele, um empregado do hotel Rosário avisou que o prédio vizinho estava caindo e todos saíram correndo do restaurante.
De acordo com Silva, ao deixar o restaurante, ele olhou para o prédio e viu uma mulher acenando de uma das janelas do hotel. Em seguida, o edifício desabou. Havia ameaça de o prédio cair há pelo menos um mês, disse Silva.

Celular e pó
O desempregado Frederico José Feijó, 30, afirmou que conversava com a namorada pelo telefone celular em frente ao edifício na hora do desabamento. Ele conseguiu correr, mas foi coberto por uma nuvem de poeira.
"Eu ouvi uma pessoa gritando que uma pilastra tinha rachado. Logo depois ouvi um barulho muito forte. Em seguida, o prédio caiu", contou Feijó.
Ele afirmou acreditar que algumas pessoas que trabalhavam na recepção do hotel não tiveram tempo de escapar e podem ter ficado sob os escombros.
O policial militar Rodrigo Galvão orientava o trânsito no momento do desabamento. Ele disse que ouviu o estalo e viu o descolamento entre os dois prédios.
"Logo depois disso, o edifício inclinou para a esquerda e percebi que cairia. Tentei desviar o trânsito e avisar às pessoas que estavam no edifício para que deixassem o local, mas não sei se consegui que todos saíssem a tempo", afirmou.


Texto Anterior: Prefeitura diz ter exigido obras na fachada
Próximo Texto: Desabamento do Palace 2 matou oito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.