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Desabamento do Palace 2 matou oito
DA REDAÇÃO
No dia 22 de fevereiro de 1998, o
edifício Palace 2, na Barra da Tijuca (zona sul do Rio), desabou parcialmente, causando a morte de
oito pessoas e deixando 130 famílias desabrigadas.
Seis dias depois, após ocorrer
outro desabamento, o restante do
prédio foi implodido.
O edifício havia sido erguido pela construtora Sersan, que pertencia ao então deputado federal Sérgio Naya.
Após o desabamento, Naya foi
expulso do PPB -partido ao qual
pertencia na época-, cassado pela Câmara dos Deputados e proibido de exercer a profissão de engenheiro pelo Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) do Estado do Rio de Janeiro.
Também teve seus bens e os das
empresas que dirigia embargados
pela Justiça.
De acordo com o Crea, o desabamento ocorreu devido a falhas
no projeto de dois pilares e a uma
suposta má execução da obra.
Segundo laudo do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), 78% dos pilares do edifício haviam sido construídos com coeficiente de segurança abaixo do estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Também foram encontrados
em quatro pilares de sustentação
pedaços de madeira, sacos de cimento, jornal e plástico misturados ao concreto.
Em dezembro de 1999, Naya foi
preso em Brasília, acusado de ser
responsável pelo desabamento, e
transferido para a carceragem da
Polinter, em Benfica (zona norte
do Rio de Janeiro).
O ex-deputado foi solto após ficar 26 dias detido.
Em maio de 2001, Naya foi absolvido pela Justiça, assim como o
engenheiro de campo da obra,
Sérgio Murilo Domingues. Apenas José Roberto Chendes, que
havia feito os cálculos do projeto,
foi condenado a prestar serviços à
comunidade.
No começo deste ano, os advogados do ex-deputado e vítimas
do Palace 2 firmaram acordo para
o pagamento de indenizações.
Antes da tragédia, o Palace 2 já
era objeto de processos judiciais
por suposta má qualidade na
construção. O prédio não havia
recebido o Habite-se (autorização
de ocupação) da Prefeitura do Rio
e tinha rachaduras e infiltrações.
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