São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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Preso monitor da Febem acusado de tortura e tráfico de drogas

DO "AGORA"

A polícia prendeu ontem o primeiro dos 13 funcionários da Febem de Parelheiros, em São Paulo, que tiveram prisão preventiva decretada por acusação de tortura, formação de quadrilha e tráfico de drogas.
Joel Evaristo Miguel, 32, foi preso às 13h de ontem, enquanto caminhava no Itaim Paulista (zona leste), por policiais que o seguiam.
O detido e os outros funcionários tiveram a prisão preventiva decretada no dia 23 de agosto pela juíza Leyla da Silva Lacaz, da 18ª Vara Criminal.
Ao chegar ao 8º DP (Belém), onde ficará preso, Miguel não quis falar com a reportagem. Segundo a polícia, ele foi para esse distrito porque a carceragem abriga ex-policiais envolvidos em crimes.
A decretação da prisão, inédita no Estado de São Paulo, ocorreu após denúncia formal feita à Justiça pelo promotor Alfonso Presti. Os supostos crimes teriam ocorrido em dois episódios, em março e abril deste ano, na unidade de Parelheiros, desativada em julho.
Dezenove adolescentes infratores teriam sido vítimas das agressões. Desses, 14 teriam sido agredidos pelos funcionários no dia 15 de março e cinco, em 14 de abril.
No último caso, ainda de acordo com a denúncia, um dos acusados teria dado maconha aos menores, que, depois, foram flagrados e, depois, espancados.
Apesar de a prisão ter sido decretada há mais de um mês, só na sexta os mandados chegaram às mãos da polícia porque, segundo a Secretaria da Segurança, faltavam dados sobre os acusados.
Na época em que a prisão dos acusados foi decretada, o presidente do Sintraemfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência ao Menor e à Família) de São Paulo, Antonio Gilberto da Silva, disse que a decisão da Justiça havia sido "precipitada" e só punia o "lado mais fraco".


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