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SEGURANÇA
Petrelluzzi defende criação de "força-tarefa" nacional com polícias e Judiciário para combater tráfico de drogas
Secretário nega existência de poder paralelo
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Estado da Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi,
diz que o cerco da periferia pelo
tráfico é mais uma tese que nunca
foi provada do que um fato. "Toda vez que tivemos notícia nesse
sentido, houve uma ação imediata e enérgica da polícia."
O secretário afirma que apenas
duas vezes na sua gestão o tráfico
tentou fechar ruas. Semana passada, no Jardim Macedônia (zona
sul), e no município de São Bernardo, no início do ano.
"Quando teve o caso de São Bernardo, a imprensa dizia que havia
12 bairros com problemas. Fui lá e
constatei que havia uma rua", diz.
Segundo ele, a polícia descobriu
durante as investigações que pessoas que vendiam serviços de segurança em São Bernardo encarregaram-se de criar um clima de
"histeria" muitos "decibéis" acima dos acontecimentos reais.
"Não dá para isso acontecer
sem a polícia saber", diz ele, mesmo considerando a existência de
policiais envolvidos com o tráfico.
Petrelluzzi está convencido de
que não basta haver esquemas eficazes de segurança: "A população
precisar ter sensação de segurança", afirma.
O secretário cita indicadores de
violência para reforçar sua tese de
que a criminalidade está caindo
em São Paulo: o número de homicídios nos três primeiros trimestres deste ano foi menor do que o
número de ocorridos no ano passado, no mesmo período.
A única exceção é São Mateus,
no extremo leste da cidade.
Segundo ele, a prova de que a
secretaria está investindo em prevenção é que um quarto da população prisional está relacionada
com o tráfico. No entanto, ele reconhece que aqui, assim como no
resto do mundo, a presa mais fácil
é o pequeno vendedor, o que ele
chama de "sacoleiro da droga".
Petrelluzzi reconhece que a
pressão causada pelos traficantes
é mais intensa nas áreas mais pobres da cidade, onde, além da violência, há exclusão social.
É também em razão disso que
Petrelluzzi conclui que o problema da droga não será eliminado
pura e simplesmente por meio de
repressão policial.
O secretário defende a criação
de uma força-tarefa nacional
composta pela Polícia Federal, algumas polícias estaduais e secretarias de Fazenda.
Petrelluzzi também inclui nesse
pacote a participação do poder
Judiciário e a criação de programas sociais. Além disso, defende
mudanças nas campanhas de prevenção, mostrando a diferença
entre as drogas e não igualando
seu poder de letalidade.
Para ele, esse discurso acaba
caindo no descrédito quando o
usuário percebe, por exemplo,
que fumar maconha não mata.
A elasticidade em relação à aceitação do uso de drogas, para Petrelluzzi, é uma das marcas das
comunidades da periferia. Para
ele, a entrada do tráfico nessa parcela da população deve-se, em
grande parte, ao fato de membros
da comunidade usarem droga.
"A comunidade, quando aceita
o traficante, é porque consome
droga", diz ele.
Um dos empecilhos para uma
política mais eficaz de combate ao
narcotráfico é a briga da Polícia
Federal com outros órgãos pelo
controle do combate às drogas.
"Estamos brigando dentro das
instituições e não estamos botando o bloco na rua. Então a gente
vai fazendo aquilo que dá para fazer", diz Petrelluzzi.
(GABRIELA ATHIAS E MARIO CESAR CARVALHO)
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