São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Cura da doença começa no diagnóstico precoce

DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de cura de um tumor maligno é diretamente proporcional ao diagnóstico. Quanto mais precoce, maiores as chances de cura.
O diagnóstico precoce parte da consciência da população de se auto-examinar quando é possível (no caso de mama e gânglios, por exemplo) e de regularmente fazer exames de controle. Não existe nenhum exame que previna o paciente do câncer. O exame detecta. E isso é muito importante.
As inovações também surgem nessa área. Não só com métodos e diagnósticos de imagens (tomografia computadorizada, ressonância magnética etc.) mas com o avanço progressivo da identificação dos subtipos de câncer.
O câncer no pulmão, por exemplo, tem muitas variações com comportamentos completamente diferentes. "Hoje, dependendo do comportamento subtipo, você vai primeiro operar, ou fazer quimioterapia ou radio", diz o médico Wladimir Nadalin, do Hospital Oswaldo Cruz e do Hospital das Clínicas, em São Paulo. "Se você não souber o subtipo exato, você pode não estar indicando o tratamento correto."
O diagnóstico do câncer de próstata, o que mais atinge os homens, frequentemente acima dos 50 anos, dispõe hoje em dia de um exame preventivo de nome complicado -antígeno prostático específico- mas extremamente simples, que fornece indicações importantes para o diagnóstico precoce. É um mero exame de sangue. Não substitui o exame tradicional, de toque retal,que só seria indicado no caso do "exame de sangue" indicar suspeitas. Detectado precocemente, o paciente tem 90% de chances de cura.
Um câncer de mama identificado precocemente evita a mutilação, que aterroriza a paciente. Ela retarda o tratamento porque antevê que será submetida a uma cirurgia mutiladora.
"Hoje, em tumores precoces, uma cirurgia conservadora (sem mutilação), associada à radioterapia traz o mesmo resultado que antes trazia a mastectomia. Mas isso não vale para tumores mais avançados", diz Nadalin.
No Brasil, segundo o médico, existem alguns tipos de câncer mais frequentes, todos eles passíveis de uma detecção precoce, seja pela herança genética, seja por exames regulares. Por exemplo, o câncer de colo de útero.
Nos grandes centros, prevalece o câncer de mama, como é nos Estados Unidos e na Europa. Avançando para áreas rurais, onde o acesso à medicina preventiva é mais difícil, a incidência de câncer no colo do útero é uma das mais altas do mundo.


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