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LEIS
Proposta quer unificação
de quatro tribunais de SP
EUNICE NUNES
especial para a Folha
Tramita na
Assembléia Legislativa de São
Paulo proposta
de emenda à
Constituição do
Estado que unifica os quatro
tribunais paulistas: Tribunal de
Justiça (TJ), 1º Tribunal de Alçada
Civil (1º TAC), 2º Tribunal de Alçada Civil (2º TAC) e Tribunal de
Alçada Criminal (TACrim).
A reforma pretendida é controversa. Seus defensores enumeram
redução de gastos e mais rapidez
na solução dos processos como as
maiores vantagens da unificação.
Os críticos temem que o tribunal
fique grande demais e se torne difícil de administrar.
A Proposta de Emenda nº 7/98,
de autoria do deputado Sylvio
Martini (PL), tem como principal
justificativa a aceleração dos julgamentos, mediante a eliminação
dos conflitos de competência entre os tribunais -quando é preciso decidir qual deles deve julgar
determinada questão.
Um conflito de competência pode retardar o julgamento de uma
ação por cerca de dois anos.
Segundo a exposição de motivos, a unificação deve resultar em
boa economia, já que uma única
estrutura -um só orçamento, um
só sistema de informática etc.-
pode ser muito mais enxuta.
Dos cinco Estados que possuíam
tribunais de alçada -Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul-, dois já
realizaram a unificação, com sucesso (leia texto abaixo).
A Associação Juízes para a Democracia (AJD) apóia a idéia, mas
vai além: quer que a unificação inclua também a extinção do Tribunal de Justiça Militar.
Segundo Dyrceu Cintra, presidente da AJD, a reforma traria
economia aos cofres públicos, evitaria os conflitos de competência,
aceleraria a distribuição de Justiça,
simplificaria a estrutura do Judiciário e deixaria em pé de igualdade a distribuição de processos entre os juízes de segunda instância.
Dirceu de Mello, presidente do
TJ de São Paulo, em princípio não
se opõe à extinção dos tribunais de
alçada, mas é cético quanto à incorporação deles ao TJ.
"Não tenho um opinião definida ainda, mas um tribunal com
400 desembargadores seria muito
grande. Administrativamente pode ficar complicada a situação dos
funcionários, que terão de ser remanejados", declara.
Ele diz que outra idéia para acelerar as decisões judiciais opõe-se
à da unificação: a criação de tribunais de alçada regionais.
O assunto está sendo estudado
pelo Órgão Especial do TJ, composto pelos 25 desembargadores
mais antigos do tribunal.
O desembargador José Osório,
que integra o Órgão Especial do
TJ, embora ainda não tenha uma
opinião formada, acredita que o
debate sobre a unificação dos tribunais é prematuro.
"Primeiro deve-se fazer a reforma do Judiciário e do Código de
Processo (no que diz respeito aos
recursos), pois a segunda instância é toda organizada para julgar
recursos", argumenta. Quanto ao
fim dos conflitos de competência,
José Osório lembra que eles existem dentro de um mesmo tribunal, entre as várias seções.
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