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MINAS
Os dois negam as denúncias e acusam juiz de Araxá
Promotores são investigados sob acusação de aliciar adolescentes
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Corregedoria do Ministério
Público de Minas reabriu investigação sobre o suposto envolvimento de dois promotores de Justiça de Araxá (MG) com aliciamento de adolescentes infratoras
e prostituição infantil.
As acusações são bancadas há
vários anos pelo Conselho Tutelar
da Criança e do Adolescente de
Araxá e atingem os promotores
Luiz Alexandre Cruz Ferreira e
Armando Lourenço da Silva (titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude do município).
A troca de acusações já resultou
em uma investigação sobre os
promotores feita pela Corregedoria do Ministério Público, no ano
passado, sindicância que foi arquivada por falta de provas. A
abertura de nova apuração foi feita atendendo representação do
juiz da comarca de Araxá, Daniel
César Botto Collaço.
Segundo as acusações, eles exigiriam "favores sexuais" de adolescentes infratoras como forma
de não aplicar contra elas medidas legais. Além disso, há acusação de envolvimento em suposta
rede de prostituição infantil.
"Dois procuradores da corregedoria estão desde 25 de janeiro na
cidade levantando as informações, mas, até o momento, não há
confirmação de existência de rede
de prostituição nem de participação dos promotores em coisas
desse tipo", disse o procurador-geral de Justiça do Estado, Nedens
Ulisses Freire Vieira.
Outro lado
Os promotores acusados de
participação em esquema de
prostituição infantil negam o envolvimento e mesmo a existência
dessa rede, dizendo que as acusações são motivadas por uma rixa
do juiz Collaço contra eles.
"Esse juiz resolveu investir contra nós porque não consegue ser
juiz, não consegue trabalhar. Ele
tem 7.000 processos parados na
vara dele, então resolveu tentar
ofuscar isso com essas denúncias
malucas", disse à Agência Folha o
promotor Lourenço da Silva.
Segundo ele, as acusações começaram quando o Ministério
Público iniciou investigações sobre uma suposta "facilitação"
concedida pelo juiz a traficantes e
a donos de máquinas caça-níquel.
Procurado pela Agência Folha, o
juiz informou por meio de sua secretária que só se manifestará "no
momento adequado".
(RANIER BRAGON)
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