São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2002

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MINAS

Os dois negam as denúncias e acusam juiz de Araxá

Promotores são investigados sob acusação de aliciar adolescentes

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Corregedoria do Ministério Público de Minas reabriu investigação sobre o suposto envolvimento de dois promotores de Justiça de Araxá (MG) com aliciamento de adolescentes infratoras e prostituição infantil.
As acusações são bancadas há vários anos pelo Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de Araxá e atingem os promotores Luiz Alexandre Cruz Ferreira e Armando Lourenço da Silva (titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude do município).
A troca de acusações já resultou em uma investigação sobre os promotores feita pela Corregedoria do Ministério Público, no ano passado, sindicância que foi arquivada por falta de provas. A abertura de nova apuração foi feita atendendo representação do juiz da comarca de Araxá, Daniel César Botto Collaço.
Segundo as acusações, eles exigiriam "favores sexuais" de adolescentes infratoras como forma de não aplicar contra elas medidas legais. Além disso, há acusação de envolvimento em suposta rede de prostituição infantil.
"Dois procuradores da corregedoria estão desde 25 de janeiro na cidade levantando as informações, mas, até o momento, não há confirmação de existência de rede de prostituição nem de participação dos promotores em coisas desse tipo", disse o procurador-geral de Justiça do Estado, Nedens Ulisses Freire Vieira.

Outro lado
Os promotores acusados de participação em esquema de prostituição infantil negam o envolvimento e mesmo a existência dessa rede, dizendo que as acusações são motivadas por uma rixa do juiz Collaço contra eles.
"Esse juiz resolveu investir contra nós porque não consegue ser juiz, não consegue trabalhar. Ele tem 7.000 processos parados na vara dele, então resolveu tentar ofuscar isso com essas denúncias malucas", disse à Agência Folha o promotor Lourenço da Silva.
Segundo ele, as acusações começaram quando o Ministério Público iniciou investigações sobre uma suposta "facilitação" concedida pelo juiz a traficantes e a donos de máquinas caça-níquel. Procurado pela Agência Folha, o juiz informou por meio de sua secretária que só se manifestará "no momento adequado".
(RANIER BRAGON)


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