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Leilão foi liberado após acordo
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público do Estado
de São Paulo conseguiu barrar na
Justiça, em 2002, o leilão de espécies exóticas que o zoológico pretendia realizar. A Promotoria de
Justiça do Meio Ambiente tomou
providências a partir de representação de uma entidade protetora
dos animais.
Recentemente, após acordo
com a promotoria, o zôo conseguiu liberar o leilão. Os porcos-espinhos mortos envenenados deveriam ir à venda, assim como um
lote de mais de 60 antílopes e um
grupo de cisnes.
"Cheguei à conclusão de que o
edital tinha irregularidades", afirma o promotor Marcos Destefenni, autor da ação em que o Ministério Público obteve a liminar para barrar a venda.
Segundo Destefenni, o edital
permitia que qualquer pessoa pudesse adquirir uma espécie exótica. "A introdução de um animal
exótico no meio ambiente é um
risco", diz o promotor, que temia
que as espécies fossem introduzidas em locais em que pudessem
causar danos.
A promotoria apontou risco à
integridade dos animais também
pelo fato de o edital permitir que
pessoas não-habilitadas os adquirissem. "A manipulação requer
conhecimento específico."
No acordo, homologado na Justiça, o zôo comprometeu-se a
consertar os vícios do edital.
Duplo controle
O diretor da Fundação Zoológico, Paulo Bressan, destacou ontem em entrevista que a instituição adotou ações de "duplo controle" na alimentação dos bichos
desde a última quinta-feira. Um
funcionário fiscaliza outro. Quinze foram afastados e substituídos.
Para Bressan, a mudança não é
prova de que o zoológico tinha
procedimentos ruins de controle.
"Trabalhamos por 45 anos da outra forma. O que fizemos foi
aprender com a situação."
Questionado se o atentado contra o zoológico visaria a direção,
Bressan relativizou. "Fazer isso
para desmoralizar a direção é
muita coisa." Para ele, o responsável pelo envenenamento não se
arriscaria tanto por tão pouco.
Para a fundação, está claro que a
ação criminosa partiu de dentro
da instituição.
O zoológico descartou a possibilidade de que os bichos tenham
morrido em decorrência de outros raticidas que não o mono
fluoracetato, hipótese com que a
polícia vinha trabalhando.
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