São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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Leilão foi liberado após acordo

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público do Estado de São Paulo conseguiu barrar na Justiça, em 2002, o leilão de espécies exóticas que o zoológico pretendia realizar. A Promotoria de Justiça do Meio Ambiente tomou providências a partir de representação de uma entidade protetora dos animais.
Recentemente, após acordo com a promotoria, o zôo conseguiu liberar o leilão. Os porcos-espinhos mortos envenenados deveriam ir à venda, assim como um lote de mais de 60 antílopes e um grupo de cisnes.
"Cheguei à conclusão de que o edital tinha irregularidades", afirma o promotor Marcos Destefenni, autor da ação em que o Ministério Público obteve a liminar para barrar a venda.
Segundo Destefenni, o edital permitia que qualquer pessoa pudesse adquirir uma espécie exótica. "A introdução de um animal exótico no meio ambiente é um risco", diz o promotor, que temia que as espécies fossem introduzidas em locais em que pudessem causar danos.
A promotoria apontou risco à integridade dos animais também pelo fato de o edital permitir que pessoas não-habilitadas os adquirissem. "A manipulação requer conhecimento específico."
No acordo, homologado na Justiça, o zôo comprometeu-se a consertar os vícios do edital.

Duplo controle
O diretor da Fundação Zoológico, Paulo Bressan, destacou ontem em entrevista que a instituição adotou ações de "duplo controle" na alimentação dos bichos desde a última quinta-feira. Um funcionário fiscaliza outro. Quinze foram afastados e substituídos.
Para Bressan, a mudança não é prova de que o zoológico tinha procedimentos ruins de controle. "Trabalhamos por 45 anos da outra forma. O que fizemos foi aprender com a situação."
Questionado se o atentado contra o zoológico visaria a direção, Bressan relativizou. "Fazer isso para desmoralizar a direção é muita coisa." Para ele, o responsável pelo envenenamento não se arriscaria tanto por tão pouco. Para a fundação, está claro que a ação criminosa partiu de dentro da instituição.
O zoológico descartou a possibilidade de que os bichos tenham morrido em decorrência de outros raticidas que não o mono fluoracetato, hipótese com que a polícia vinha trabalhando.


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