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INTERIOR
Prefeita cassada volta por liminar
Cravinhos convive com dois prefeitos
da Folha Ribeirão
Um protesto contra a prefeita
cassada Eliana Pavan Amoroso
(PDT), reconduzida ao cargo por
liminar do Tribunal de Justiça, parou ontem o serviço público em
Cravinhos (290 km de SP).
A cidade vive um fato considerado inédito por juristas: há dois prefeitos -Francisco Vessi (PL), eleito pelo voto no mês passado, e
Eliana, que voltou ao cargo por
força da decisão judicial.
Logo de madrugada, os manifestantes lacraram os portões da garagem e do prédio da prefeitura, impedindo a saída de veículos e a entrada dos funcionários públicos.
Segundo os vereadores, cerca de
300 estudantes que moram na zona rural ficaram sem aula por falta
de transporte. Cravinhos também
passou o dia sem coleta de lixo e
serviço de limpeza.
Somente o posto de saúde funcionou normalmente, informaram
os vereadores de Cravinhos.
A Câmara registrou o fato em boletim de ocorrência na Polícia Civil. "Fizemos isso para preservar
os funcionários que não puderam
trabalhar e poderiam perder o
dia", afirmou o vereador José Ferdinando (PSDB).
Pela manhã, cerca de cem pessoas esperaram a chegada da prefeita, que não apareceu.
A promotoria prepara uma ação,
que deve ser protocolada depois de
amanhã, pedindo um novo afastamento da prefeita.
Eliana será acusada, segundo o
promotor, de cometer irregularidades no período em que substituiu o ex-prefeito José Amoroso,
seu pai e que também foi cassado.
No mês passado, como o cargo
de prefeito estava vago, houve nova eleição na cidade e Vessi acabou
eleito pela maioria dos votos.
Ontem, ele esteve no TJ tentando
inverter a decisão da liminar.
O desembargador Amador da
Cunha Bueno Neto, que reconduziu Eliana à prefeitura, afirmou em
seu despacho que a liminar vale até
o julgamento da ação principal.
Assim, pode ocorrer de a prefeita
perder o processo e o atual prefeito
eleito (Vessi) voltar ao cargo.
Juristas consultados pela Folha
afirmam que a liminar do tribunal
precisa ser cumprida, sob o risco
de cometer um crime. Mas foram
unânimes em afirmar que o prefeito eleito nas últimas eleições deveria continuar no cargo.
No pedido de liminar, o advogado Wagner Sarti, que representa
Eliana, afirmou que os vereadores
cometeram erros na cassação.
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