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Família quer indenização de R$ 1,5 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
A família de Ingrid Ferreira Gama vai processar o Estado por danos morais e materiais causados
na menina pela ação da PM na Penitenciária do Estado.
Segundo o advogado da família,
Sérgio Mantovani, o patamar inicial da indenização a ser exigida é
de dez mil salários mínimos (cerca de R$ 1,5 milhão).
Ingrid recebeu alta, há cerca de
dez dias, da Santa Casa de Misericórdia, mas, de acordo com sua
mãe, a doceira Rosana Ferreira
Gama, a menina poderá sofrer cirurgia de enxerto em um dos braços atingidos pelos estilhaços.
"Os médicos deram alta porque
ela estava há mais de um mês no
hospital. Estava triste, e eles acharam que vindo para casa ajudaria
na recuperação", afirma Rosana.
"No dia em que ela saiu do hospital, ainda havia um pedaço de
plástico no corpinho dela. Quando puxei, vi que era grande", diz.
Segundo ela, todos os estilhaços
retirados do corpo da menina estão sendo enviados para a perícia
médica. "Mas ainda há alguns."
Apesar das dores que Ingrid
ainda sente, Rosana diz que compreende "em parte" a ação policial na penitenciária. "A situação
era difícil, mas eles poderiam ter
pensado antes de jogar a bomba.
Crianças, inválidos e idosos estavam ali", afirma.
PCC
O advogado Sérgio Mantovani
diz que o cálculo da indenização
não considera as possíveis sequelas deixadas em Ingrid pelo explosivo usado pela polícia.
"Ainda não sabemos o que
acontecerá com ela, não temos o
laudo médico. Por isso, o valor
poderá ser bem maior", afirma.
De acordo com ele, há a probabilidade de Ingrid ficar com alguma deformação em decorrência
dos estilhaços do explosivo.
Mantovani, que é também diretor de Atendimento à Vítima da
Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de
São Paulo), diz ainda que a informação de que o PCC (Primeiro
Comando da Capital) depositou
cerca de R$ 1.600 na conta bancária de Rosana "não é verdadeira".
"Várias pessoas ajudaram ela.
Eu mesmo deixei o nome dela e o
número da conta bancária no
mural da Acrimesp, como sempre
fazemos. Existe uma campanha
na associação de auxílio às vítimas", afirma o advogado. "Na
verdade, qualquer um poderia ter
depositado o dinheiro."
Rosana diz que os R$ 1.600 que
ganhou na época "não durou nem
uma semana". "Estou gastando
muito com medicamentos, principalmente com a pomada que
ajuda na cicatrização. Agora,
mesmo, estamos sem condições
de comprar mais remédios", diz.
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