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Surdos aprendem duas línguas#
DA EQUIPE DE TRAINEES
A principal divergência no tratamento do deficiente auditivo
tem sido a requisição do Ines (Instituto Nacional de Educação de
Surdos) de que a Língua Brasileira
de Sinais (Libras) seja ensinada
nas escolas antes do português.
A Seesp (Secretaria de Educação
Especial) quer o ensino paralelo
de ambas, informa a secretária
Marilene Ribeiro dos Santos.
O primeiro trabalho a formalizar a Libras foi o livro "Iconografia dos Sinais dos Surdos-Mudos", de 1875, escrito por Flausino
José da Gama. Nele há o alfabeto
de Libras e vários sinais para representar alimentos, bebidas,
roupas etc. Cada país tem a sua
própria língua de sinais.
Segundo Solange Rocha, diretora do Departamento de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
do Ines, os sinais variam devido à
evolução da língua e aos regionalismos. Só o alfabeto é imutável.
"Mas o alfabeto só é usado para
palavras sem um sinal específico."
O Ines fica no Rio de Janeiro e
atende gratuitamente a dez adultos em aulas de alfabetização noturnas e a 48 crianças da 1ª série. O
conteúdo é passado em Libras,
mas escrito em português.
Em São Paulo a Folha visitou a
escola estadual Prudente de Moraes, que ensina simultaneamente
Libras e o português. Segundo
Neila Araújo, pedagoga e fonoaudióloga da escola, a principal dificuldade do deficiente auditivo é o
entendimento da função de preposições e conjunções. "Geralmente o surdo faz redações apenas com verbo e sujeito."
Já Solange disse não acreditar
numa dificuldade específica por
não existir a "entidade" aluno deficiente auditivo. "Há uma heterogeneidade muito grande entre
os alunos e os conhecimentos
com que chegam à escola."
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