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TRABALHADOR PRECOCE
A maioria é formada por meninas
País tem meio milhão de crianças e adolescentes no trabalho doméstico
SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um terço das crianças e dos
adolescentes utilizados no trabalho doméstico infantil na América do Sul vive no Brasil. A maioria
é formada por meninas, com baixa escolaridade, remuneração
mensal inferior a meio salário mínimo (R$ 100) e não tem férias.
Segundo dados de 1999, são
502.839 crianças e adolescentes
com idades entre cinco e 17 anos
nesse tipo de trabalho e que, muitas vezes, têm seus direitos desrespeitados pelos empregadores. Segundo Branca Alves, do Unifem
(Fundo de Desenvolvimento das
Nações Unidas para a Mulher), "é
difícil fiscalizar e constatar irregularidades, pois o trabalho acontece entre as quatro paredes do lar".
Apesar de 96% saberem ler e escrever e 74% estarem estudando,
os dados indicam que, quanto
maior o tempo no trabalho,
maior é o índice de atraso escolar.
Minas Gerais, São Paulo e Bahia
são, respectivamente, os Estados
que mais empregam menores no
trabalho doméstico.
A partir desses dados, obtidos
em pesquisa da OIT (Organização
Internacional do Trabalho), a
Seas (Secretaria de Estado de Assistência Social), em parceria com
o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Unifem,
pretende realizar um trabalho para tentar reverter o quadro.
A Seas, vinculada ao Ministério
da Previdência Social, criou uma
comissão técnica com o objetivo
de discutir e apresentar propostas
de combate ao trabalho infantil
doméstico. Ainda neste ano, a secretaria pretende usar parte da
verba do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil especificamente no trabalho doméstico.
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