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EDUCAÇÃO
Estado de SP é responsável
por metade da ciência do país
MARTA AVANCINI
da Reportagem Local
O Estado de São Paulo é responsável por metade da ciência produzida no Brasil. Essa é uma das
conclusões que se extrai de um estudo inédito e recém-concluído
pela Fapesp, intitulado "Ciência e
Tenologia em São Paulo Anos
1990", obtido com exclusividade
pela Folha.
É um primeiro esforço de produzir indicadores de ciência e tecnologia no Estado e foi produzido
a partir de informações dos governos federal, estadual e da iniciativa privada, entre 90 e 95.
A partir desses dados, os pesquisadores concluíram que os cientistas de São Paulo produzem metade dos artigos científicos publicados no país (15.666 de um universo de 31.442). Os pesquisadores
paulistas escreveram 47% dos
14.197 artigos brasileiros publicados em outros países.
Existem dois critérios aceitos internacionalmente para medir a
produção de ciência e tecnologia:
as publicações (medem a produção de conhecimento científico) e
as patentes (medem as tecnologias
e produtos desenvolvidos).
Nesse segundo indicador, São
Paulo também tem um desempenho importante: em 95, das 7.309
patentes solicitadas 3.701
(50,64%) são de Estado. Esse universo considera patentes pedidas
por residentes no Brasil.
A participação de São Paulo na
produção científica nacional pode
ser explicada pela concentração de
riqueza -o Estado respondeu por
um terço do PIB (Produto Interno
Bruto) nacional em 95. Além disso, há em São Paulo características
que favorecem a produção de conhecimento e tecnologia.
O Estado montou e mantém
uma estrutura que combina recursos federais e estaduais no financiamento de formação de pessoal e
de projetos -ou seja, há uma
"divisão de responsabilidades".
Segundo o estudo da Fapesp, o
governo estadual, o federal e a iniciativa privada têm participação
quase equivalente no financiamento da ciência, cerca de 30%
cada. A participação do Estado se
dá por meio da manutenção de
três universidades públicas
-USP, Unicamp e Unesp- e do
financiamento a bolsistas e de
projetos via Fapesp (Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo).
O governo federal atua mais fortemente na formação dos bolsistas
da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior) e do CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico). "São
Paulo tem um sistema equilibrado. No resto do país, há falta de
recursos", diz Francisco Landi,
diretor-presidente da Fapesp.
Nos outros Estados, é forte a dependência em relação aos recursos federais e, em muitos, nem sequer há secretarias responsáveis
pelo setor.
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