DA AGÊNCIA FOLHA

A ação de um ciclone extratropical e uma frente fria de alta intensidade provocaram ontem, no Sul do país, ventos de até 133 km/ h, temperaturas próximas de 0C e chuvas congeladas nas serras catarinense e gaúcha.
A temperatura mínima hoje na cidade de São Paulo deve chegar a 6C, segundo o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os meteorologistas alertam que o mar deverá estar bastante agitado e há risco de ressaca forte. As ondas, de até cinco metros, formadas pelos ventos do ciclone, devem chegar até o litoral do Rio e de São Paulo. Deve ainda gear em várias localidades.
De acordo com o Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina), a temperatura mais baixa registrada ontem foi de 0,8C em Ponte Serrada, no oeste catarinense. Em São Joaquim, que teve ocorrência de chuva congelada, os termômetros marcaram mínima de 2,5C e máxima 6,6C.
No município de Siderópolis, às 5h, foi registrada uma rajada de vento de 133 km/h. Hoje, o ciclone, responsável pelos ventos mais fortes, deve perder força. Chuvas e rajadas mais moderadas serão em razão da frente fria.

Casas destelhadas
Pelo menos sete municípios do litoral norte gaúcho foram atingidos por ventos de até 90 km/h, com quedas de árvores, destelhamentos e vidros quebrados.
O município mais atingido foi Capão da Canoa, onde foram destelhadas 15 casas, um ginásio de esportes e cinco escolas. Em Osório, cidade vizinha de Capão da Canoa, seis casas foram destelhadas, e, em Tramandaí, uma.
Houve situações de pânico durante a madrugada, em razão da quebra de vidros de janelas. As pessoas se recordavam do ciclone Catarina, que atingiu recentemente o município de Torres, também no litoral norte gaúcho.
De acordo com o 8º Distrito de Meteorologia, a menor temperatura registrada no Rio Grande do Sul foi de 2,5C, em Cambará do Sul. A sensação térmica em diversos municípios, porém, foi negativa. Em Porto Alegre, a sensação térmica mais baixa se aproximou de 0C em razão especialmente das fortes rajadas, que chegaram a 72 km/h. Pelo menos duas ruas ficaram interrompidas devido a queda de árvores.
O porto de Rio Grande foi bloqueado para entradas e saídas de navios. Além dos navios, cerca de 400 embarcações de pescadores da região ficaram retidas. A navegação foi desaconselhada. (JAIRO MARQUES E LÉO GERCHMANN)


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