|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Embratel aceita adiar, mas quer receita
da Reportagem Local
A Embratel afirma que aceita o
adiamento das mudanças, mas
diz que quer receber pagamento
pelas chamadas. Ou seja, quer a
receita das ligações feitas entre as
cidades das áreas conurbadas e
das chamadas feitas sem código
entre cidades de mesmo DDD.
Isso porque, na prática, o adiamento tem dois significados para
a Embratel. Em ambos, diz a empresa, ela tem prejuízo.
O primeiro deles: entre cidades
com o mesmo DDD, sua concorrente poderá capturar por mais
tempo dois tipos de chamadas
-as que usam seu código e as
que são feitas da forma antiga-,
enquanto a Embratel só receberá
se o usuário usar o 21.
O segundo: nas áreas conurbadas, a entrada da Embratel ficará
adiada por mais três meses, fazendo com que toda a receita fique
com a operadora local. Em São
Paulo, por exemplo, só as ligações
feitas entre as cidades de DDD 11
respondem por 30% do tráfego
total de interurbanos do Estado.
Para a empresa, o adiamento é
necessário porque as operadoras
locais não conseguem bloquear as
chamadas. Mas ela não pode ser
prejudicada.
"Há dois aspectos nessa questão. Por um lado, se elas dizem
que não conseguem bloquear as
chamadas, aconselhamos que a
mudança seja adiada. Por outro, a
mudança vai ser adiada por uma
incapacidade técnica de terceiros,
pela qual não podemos ser prejudicados", diz Eduardo Levy, diretor de serviços da Embratel.
Levy afirma que o caso se encaixa no artigo 39 do Regulamento
de Numeração. Pelo artigo, se
uma empresa não oferecer condições técnicas de o usuário escolher a prestadora, ela deve distribuir a receita gerada por essas ligações entre os concorrentes.
Como só há a Embratel, a receita, no entendimento da operadora, deverá ser integralmente sua.
A discussão recai, mais uma
vez, na definição de responsabilidades pela interceptação.
A Embratel afirma que todas as
chamadas erradas devem ser interceptadas na origem. A medida,
segundo a empresa, está prevista
nos protocolos firmados na Comissão de Regulamentação de
Numeração e tem respaldo em
normas internacionais.
A posição é a mesma da Tele
Centro Sul, mas a Telefônica e a
Telemar discordam. Para as duas
últimas operadoras, cada prestadora tem de arcar com o ônus de
suas interceptações. A Anatel ainda não se pronunciou.
Segundo a Embratel, foi o fato
de a Telefônica não ter interceptado as ligações interurbanas feitas
de forma errada para o resto do
país que causou o congestionamento da rede no início de junho.
"O lixo veio para nossa rede, que
ficou congestionada", diz Levy.
(SC)
Texto Anterior: Eventual prorrogação envolve interesses comerciais Próximo Texto: Abastecimento: Empresas vão pagar por uso de água Índice
|