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Polícia não tem pistas de 12 mortes
da Sucursal do Rio
As investigações sobre a autoria das mortes de 12 supostos
traficantes anteontem no complexo de favelas do morro de
São Carlos (Estácio, centro do
Rio) não avançaram ontem.
Nem a Polícia Civil nem a Polícia Militar tinham até as 19h
de ontem pistas sobre os responsáveis pela matança.
Os policiais encarregados de
apurar a chacina também não
sabem os nomes de dez vítimas, que não tinham documentos.
Os únicos identificados foram Moysés Souza da Silva, 18,
e Walquir Corrêa Nascimento.
Ambos seriam traficantes do
morro da Coroa, que integra o
complexo de São Carlos.
O comandante do 1º BPM
(Batalhão de Polícia Militar),
tenente-coronel Romer Silveira e Silva, disse considerar provável que as vítimas não fossem da região.
"Até agora não apareceram
parentes para reconhecer os
corpos. Os policiais no complexo também não foram procurados por ninguém. Tudo indica que eles não eram dali."
Nas favelas da região, os moradores se referem aos mortos
na chacina como "estrangeiros". Seriam membros de uma
quadrilha de outra região do
Rio, interessada em assumir o
controle das "bocas" (pontos-de-venda) de cocaína e maconha do complexo.
"Há uma luta desesperada
pela ocupação de áreas em que
o lucro é maior. Essa é a verdade", disse o tenente-coronel
Ivan Bastos, da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
A secretaria anunciou a ocupação do complexo pela PM
por tempo indeterminado, a
partir do dia da chacina.
Na prática, essa ocupação é
pouco efetiva. Ontem, trabalhavam no morro da Mineira
-onde teria ocorrido a chacina dos cinco homens cujos corpos foram encontrados em um
táxi na Gamboa (zona portuária)- nove policiais do 1º
BPM.
Esses policiais ficaram parados na localidade conhecida
como Lixeira. As incursões não
foram muito além dali.
O complexo de São Carlos é
formado por 23 favelas, cujas
quadrilhas são controladas pelas facções criminosas rivais
Comando Vermelho e Terceiro
Comando.
(ST)
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