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JUSTIÇA
Jovens foram mortos por policiais
Mãe quer indenização pela morte do filho
MARCUS BATISTA
free-lance para a Agência Folha
A procuradora Silvia Regina
Ferreira Giordano entrou com
uma ação por danos morais e materiais na Vara da Fazenda Pública do Estado, em São Paulo, pela
morte de seu filho Thiago Passos
Ferreira, 17. Ela está reivindicando uma indenização de R$ 1,4 milhão do governo do Estado.
A ação não inclui Paulo Roberto
da Silva, 19, e Anderson dos Santos, 14, os outros dois rapazes que
foram mortos, junto com Thiago,
por PMs em Praia Grande (litoral
de SP). Silvia Giordano exige também uma pensão cujo valor será
arbitrado pela Justiça.
A procuradora justifica a ação
como uma questão moral. "Não
me importo se a indenização for
de R$ 1.000 ou R$ 1 milhão. O dinheiro não vai me confortar, mas
é a única via que tenho para acabar com a impunidade."
Silvia Giordano explica também
que a ação serve como forma de
punir o governo, que deveria zelar
pela segurança de seu filho. "O
processo criminal já vai se encarregar de punir as pessoas que cometeram os crimes", afirmou.
O advogado da procuradora,
Nazário Guirao, se baseou no caso da professora paulistana
Adriana Caringi, morta em 1990
por um tiro de um policial quando era refém de um assaltante.
A dona-de-casa Maria da Conceição da Silva, mãe de Paulo Roberto, afirmou que prefere esperar pelo resultado do julgamento
dos policiais militares para pedir
indenização ao Estado. Os pais de
Anderson não foram localizados
para comentar o assunto. O comando da PM em São Paulo não
quis falar sobre o caso.
Os três garotos foram detidos
por quatro policiais militares na
praia do Itararé, em São Vicente,
no dia 17 de fevereiro. Eles haviam
saído de um baile de Carnaval. Os
jovens foram encontrados com tiros na cabeça 17 dias depois num
matagal em Praia Grande.
Os quatro policiais confessaram
o crime, mas alegaram que os rapazes teriam reagido a uma revista de rotina.
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