ANDRÉ LOZANO
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

A superlotação das unidades da Febem, "combustível" de rebeliões, cresceu no último ano.
As vagas para menores infratores passaram de 2.298 (junho/98) para 2.510 (junho/99), mas a superlotação do sistema aumentou 4,5% nesse período.
Os jovens infratores assistidos pela Febem eram 3.603 em junho de 98. No mês passado, eram 4.104 -aumento de 13,9%.
Ao mesmo tempo, a maioria dos miniinternatos, apontados pela gestão Mário Covas como parte da solução para a questão- ainda não saiu do papel.
De acordo com o chefe de gabinete da Presidência da Febem, Marcelo Cury, dos 13 miniinternatos previstos para este ano, 3 estão em construção, 3 estão em licitação e outros 7 ainda aguardam liberação de área.
Covas disse que o maior problema que tem enfrentado nessa área é a resistência de prefeitos em aceitar que unidades da Febem sejam erguidas em suas cidades.
O governador fez um "mea culpa" ontem. "O problema da Febem não se resolve com uma providência imediata, mas com uma mudança estrutural. Já tivemos tempo para fazer isso e não fizemos, porque não fomos capazes de fazer com a rapidez necessária. Não fomos bem-sucedidos na Febem", afirmou o governador.

Rebelião
A Febem do Tatuapé passou ontem de madrugada pela segunda noite consecutiva de rebelião.
Os internos se rebelaram novamente por volta das 23h de anteontem. Eles destruíram completamente o almoxarifado do setor de engenharia e depredaram carros de funcionários.
Desde a tarde de sábado, com uma interrupção na tarde de domingo, foram 36 horas de fugas, depredação e destruição.
Segundo estimativa da Febem, 360 dos 1.450 internos escaparam desde sábado. Apenas 80, de acordo com ela, foram recapturados.


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