São Paulo, Terça-feira, 27 de Julho de 1999
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GUARULHOS
Deputado acusa Paulo Roberto Cecchinato de enriquecimento ilícito
Vereador é acusado de triplicar bens

GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local

O deputado estadual Elói Pietá (PT) entrou ontem no Ministério Público de Guarulhos com uma representação de enriquecimento ilícito contra o vereador Paulo Roberto Cecchinato (PDT), um dos 19 parlamentares acusados pelo prefeito de Guarulhos, Jovino Cândido (PV), de participar de um esquema de corrupção.
O patrimônio do vereador quase triplicou nos últimos quatro mandatos, de acordo com evolução patrimonial elaborada a partir dos bens declarados oficialmente pelo próprio vereador.
Cecchinato afirmou que tem como comprovar todos os seus bens e rendimentos. Ele disse também que vai processar o deputado Elói Pietá.
O vereador listou nove bens na declaração feita em 83, ao tomar posse no segundo mandato, entre eles quatro casas, duas linhas telefônicas e dois veículos.
Em 97, quando assumiu o seu quinto mandato, o número de bens (entre imóveis, terrenos, veículos e máquinas usadas na construção civil) saltou para 23.
Após a declaração feita em 97, Pietá informou que o vereador ainda adquiriu outro dois imóveis: uma casa em Campos do Jordão (175 km a nordeste de São Paulo) e outra na Riviera de São Lourenço, em Bertioga (102 km a sudeste de São Paulo).
Os investimentos totalizariam quase R$ 600 mil.
Segundo o deputado, a evolução patrimonial não condiz com as informações oficiais prestadas pelo vereador na Câmara, segundo as quais Cecchinato não tem nenhuma outra fonte de renda a não ser a salário de vereador. O salário atual de um vereador em Guarulhos é de R$ 4.500.
"O vereador fez uma fortuna considerável, sem que tivesse fontes de renda compatíveis com a construção desse patrimônio", disse Pietá. "Isso mostra que a função de vereador em Guarulhos é extremamente lucrativa."

Representação
O deputado Elói Pietá afirmou também que pretende apresentar representação por enriquecimento ilícito contra outros três vereadores de Guarulhos: Waldomiro Ramos (PTB), Roberto Ribeiro (PMDB) e Oswaldo Celeste Filho (PPB).
Todos, segundo Pietá, dobraram o patrimônio desde 1983.
Os três também estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil porque foram citados pelo prefeito Jovino Cândido nas gravações que detonaram as investigações de um suposto esquema de corrupção envolvendo vereadores de Guarulhos.


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