|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Reitor não vê irregularidade
da Folha Campinas
da Reportagem Local
A Unicamp informou que não
considera irregular o desvio de
finalidade de até 30%, o equivalente a R$ 22 milhões por ano,
das verbas de atendimentos pelo
SUS para dobrar salários, nem
de ter implantado um sistema
de "porta dupla" em seu complexo hospitalar.
O reitor Hermano Tavares
considera que "as irregularidades não existem já que os professores atendem pacientes da
saúde pública."
A Secretaria Estadual da Saúde, que recebe os repasses do
SUS e os distribui para os complexos hospitalares das universidades, informou que não controla a aplicação da verba.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o dinheiro
deveria ser gasto exclusivamente com atendimentos médicos,
conforme definem as faturas de
atendimento.
A secretaria informou ainda
que as universidades jamais colocaram nas faturas gastos que
não fossem exclusivamente com
procedimentos médicos.
Segundo a secretaria, se outras
finalidades fossem colocadas
nas faturas, eles não seriam pagas, pois não estão previstas na
tabela do SUS.
Na fatura, segundo a secretaria, estão relacionados apenas os
procedimentos feitos, como por
exemplo partos e exames. A secretaria consulta a tabela do
SUS, soma os valores e paga somente pelos procedimentos.
Depois que a universidade recebe o dinheiro, a secretaria não
tem mais controle sobre ele.
A secretaria, entretanto, considera que a fiscalização é atribuição exclusiva do TCE (Tribunal
de Contas do Estado), que fiscaliza as contas das universidades.
Já o TCE informou que tal função cabe ao TCU (Tribunal de
Contas da União). A Folha procurou técnicos do TCU pra comentar o assunto, mas até o fechamento dessa edição ninguém havia ligado de volta.
A Secretaria de Assistência à
Saúde, ligada ao Ministério da
Saúde, informou que não tem
como interferir nos investimentos, já que o ministério paga por
serviços já prestados.
Segundo a secretaria, o hospital pode usar seus recursos da
forma que achar melhor, desde
que não interfira no atendimento à saúde da população.
Quanto ao "apartheid" no sistema de atendimento dos hospitais universitários, a secretaria
não pretende se manifestar, já
que o assunto é objeto de inquérito do Ministério Público do
Estado em Campinas, Ribeirão
Preto e São Paulo.
(SA e PL)
Texto Anterior: Saúde: Uso de verbas em hospitais é investigado Próximo Texto: Lei restringe uso de verbas Índice
|