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SEGURANÇA
Com cumplicidade de funcionário, grupo conectava computador a caixas eletrônicos nos fins de semana
Quadrilha clona cartões com ajuda de vigia
DO "AGORA"
Um vigia de banco foi preso pela polícia de São Paulo sob a acusação de auxiliar uma quadrilha especializada em clonagem de cartões bancários.
De acordo com a polícia, o grupo acoplava um computador ao sistema de auto-atendimento do banco para ter acesso aos dados bancários dos clientes que faziam operações no fim de semana.
Três pessoas foram presas em flagrante em 18 de agosto, um domingo, aplicando o novo golpe, que culminaria com a clonagem dos cartões. O trio preso agiu na
agência do Bradesco da rua João Cachoeira, 249, no Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo). Entre os presos está o vigia do banco, que, segundo a polícia, receberia R$ 20 mil para facilitar a entrada dos criminosos na agência.
Segundo o delegado Fábio Pinheiro Lopes, do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 2ª Delegacia Seccional Sul, que investiga
pelo menos outros três casos semelhantes na região metropolitana de São Paulo, o golpe tem início com o aliciamento de vigias de
agências bancárias.
O suborno do funcionário garante o acesso às dependências do
banco durante o fim de semana.
Um ou dois integrantes do grupo
entram na agência no sábado de
manhã e instalam na rede interna
de computadores do banco uma
CPU (unidade central de um
computador).
Uma vez na rede, a CPU tem
acesso ao sistema dos caixas de
auto-atendimento da agência.
Com isso, "eles obtêm os dados
das contas dos correntistas que
sacam dinheiro durante o final de
semana", explicou o delegado. No
domingo à noite, os bandidos voltam para pegar a CPU.
"Com as informações obtidas,
inclusive a senha, os bandidos
produzem cartões clonados, conhecidos como "gasparzinhos'",
explica o delegado. Depois, eles
realizam saques e outras transações com os cartões clonados. Os
saques, segundo o delegado, começam já na mesma noite em que
a CPU é recuperada.
Com isso, segundo Lopes, em
poucos dias, o prejuízo dos golpes
chega a R$ 500 mil por agência.
"Só o Banco do Brasil perdeu R$
50 milhões desde o início do ano.
O Bradesco já perdeu R$ 26 milhões no ano", contou o delegado.
A assessoria do Bradesco admite a
tentativa de golpe na agência do
Itaim Bibi, mas nega o prejuízo. O
Banco do Brasil não retornou aos
contatos da reportagem.
O caso é investigado pelo SIG há
cerca de três meses, mas essa modalidade de crime já é praticada
desde o início do ano, segundo o
delegado. O flagrante na agência
do Bradesco foi a primeira prisão
de vulto. "Queremos a pessoa que
produz as CPUs", disse Lopes.
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